Agressão na Câmara
Redação DM
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 01:29 | Atualizado há 5 meses“Foi uma reação contra uma ação. Não queria jamais e peço desculpas para a população”, declarou o vereador Paulo Magalhães (PSD) ao Diário da Manhã após repercussão da agressão protagonizada entre ele e o vereador Felisberto Tavares (PR), na manhã de ontem (30 de novembro), na Câmara de Goiânia. Magalhães justificou a agressão – o vereador desferiu um murro contra Felisberto Tavares – por ter sido provocado e agredido verbalmente. “Aguentei ao longo desses três anos e hoje chegou a um estopim final”, explicou Magalhães. Procurado pela reportagem do Diário da Manhã, o vereador Felisberto Tavares disse não ter entendido a agressão, já que é favorável ao projeto que foi apresentado no plenário pelo vereador Paulo Magalhães sobre a diminuição do recesso dos vereadores.
O vereador Paulo Magalhães descreveu à reportagem que, após sua fala na Tribuna da Câmara, em relação ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica para que o recesso parlamentar seja de 30 dias (mas foi aprovado a proposta original de 45 dias), foi para sua mesa e o vereador Felisberto foi até lá e começou a lhe dizer ofensas. Magalhães ainda acredita que se trata de uma jogada arquitetada, já que o que aconteceu o prejudica para concorrer à Presidência da Casa. “Ele [Felisberto Tavares] vem me agredindo na Tribuna e fui aguentando. Isso aconteceu porque sou candidato a presidente e achou um meio de me desmoralizar”, destaca.
Felisberto informou que, após a agressão, realizou exame de corpo de delito, além de registrar Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. “Também acionei o Conselho de Ética da Câmara. Ele [Paulo Magalhães] já tem um histórico, já agrediu outro vereador”, ressaltou Felisberto. O vereador ainda garante que é a favor do projeto apresentado por Magalhães e por isso não entende o motivo da agressão. “A discussão não era acerca do projeto, não havia por que não votar no projeto dele”. Magalhães afirma que o vereador Felisberto “nunca foi a favor da emenda” e que foi até sua mesa para provocá-lo.
Agressão
Paulo Magalhães ressalta que não chegou a atingir o rosto de Felisberto, que errou da primeira vez e em seguida o vereador o desafiou para que tentasse bater novamente. “Não tenho sangue de barata, apenas defendi a minha idade, meu caráter e minha história como homem público. Não acertei ele. Também vou à polícia e fazer registro”, declarou Magalhães, afirmando que nas imagens poderá provar. No entanto, houve uma queda de energia e as imagens foram perdidas. “Já pedi a cópia da gravação e tenho várias testemunhas”, ressaltou.
O vereador Zander Fábio (PSL), que estava na sessão, conta que todos os vereadores presentes para votação eram favoráveis ao projeto, mas que não presenciou o momento da agressão, viu apenas o vereador Felisberto sair com a mão no queixo. Zander também ressalta ser contra qualquer tipo de violência na Câmara. “Mesmo que chamasse de moleque, um não pode bater no outro no parlamento e ir para vias de fato, é ruim. Felisberto não quis reagir, ele conhece o regimento e falou que não ia usar o Poder de Polícia que tem, se não daria outra conotação. O Felisberto foi até muito tranquilo”, destacou Zander.
Nota Oficial da assessoria de imprensa do vereador Paulo Magalhães
Na manhã desta quarta-feira (30), durante sessão plenária, esteve em pauta para apreciação e votação o Projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município de Goiânia, de autoria do vereador Paulo Magalhães, que visa modificar o período legislativo da Câmara de Vereadores, diminuindo o recesso dos parlamentares.
Diante de uma sessão bastante tumultuada e polêmica, durante a discussão do Projeto, o vereador Felisberto Tavares foi até a mesa do vereador Paulo Magalhães para agredi-lo verbalmente, utilizando palavras como oportunista e moleque, entre outros adjetivos agressivos, na tentativa de desqualificar o Projeto e o trabalho que Magalhães vem realizando a favor do povo goianiense.
Paulo Magalhães, com 68 anos e como ser humano, passivo de erros a atitudes provocativas, reagiu como forma de defesa, visto que Felisberto Tavares o agrediu verbalmente e poderia também agredi-lo fisicamente diante de tamanha falta de respeito e reconhecimento ao trabalho e a dignidade de Paulo Magalhães. Desde do início do seu mandato, Paulo tolera as provações desse vereador.
Nesse sentido, Magalhães pede desculpas a toda a sociedade e reconhece que o plenário da Câmara Municipal é o local para debater as ideias, fiscalizar e criar leis que irão beneficiar a sociedade. Ao mesmo modo, reafirma seu posicionamento em não aceitar provocações e a tentativa de desrespeitar sua honra e seu trabalho.
Recesso
Apesar da polêmica, a proposta de diminuir o recesso de 92 dias dos parlamentares, de autoria de Paulo Magalhães, foi aprovada por unanimidade dos 24 vereadores presentes. O projeto volta ao plenário para segunda e última votação após os 10 dias de interstício previstos em Lei. Durante a apreciação ainda podem ser apresentadas emendas modificando o texto aprovado hoje.
O projeto de Emenda à Lei Orgânica se arrastava desde agosto de 2013 e sofreu várias tentativas de mudança através de emendas apresentadas pelos vereadores. A matéria aprovada hoje, foi a proposta original de Magalhães, que reduz o recesso pela metade (45 dias) sendo de 1º de Fevereiro a 15 de Julho e de 1º de Agosto a 31 de Dezembro.
Magalhães havia proposto uma emenda substitutiva, diminuindo o recesso para 30 dias, após manifestação da sociedade, que foi rejeitada hoje em plenário. Também foi rejeitada proposta do vereador Geovani Antônio que estabelecia recesso de 55 dias, como acontece no Congresso Nacional.
Ponto Biométrico
Conforme afirmado pelo presidente da Casa, vereador Anselmo Pereira amanhã, quinta-feira (01), deverá entrar em pauta outro importante projeto do vereador Paulo Magalhães, o que propõe a adoção do “ponto biométrico” para os vereadores. A matéria foi apresentada em 2014 e ainda não foi apreciada pelo plenário.
De acordo com a proposta, a Mesa Diretora da Câmara deverá utilizar o painel eletrônico de gerenciamento de sessões, para registro e controle de presenças dos vereadores. Para tanto, o vereador deverá registrar sua presença e permanência nas sessões por meio do ponto biométrico.