Ao vivo: assista ao julgamento de Bolsonaro no STF

O Supremo Tribunal Federal iniciou nesta terça-feira, 9 de setembro de 2025, a fase decisiva do julgamento que pode marcar de forma definitiva o destino político e jurídico do ex-presidente Jair Bolsonaro. Acusado pela Procuradoria-Geral da República de liderar o núcleo central da trama golpista que tentou abalar a democracia brasileira após as eleições de 2022, Bolsonaro responde a crimes que incluem organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, dano ao patrimônio público e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Além dele, outros sete aliados considerados peças-chave no suposto plano também estão no banco dos réus.

As sessões da Primeira Turma do STF foram programadas para ocorrer ao longo de toda esta semana, com datas já definidas entre os dias 9 e 12 de setembro, tanto no período da manhã quanto no da tarde em alguns dias, numa verdadeira maratona judicial. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, abriu a etapa com seu voto, que deve enfrentar preliminares levantadas pelas defesas, como questionamentos sobre a validade da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, alegações de cerceamento de defesa e pedidos de nulidade por suposta insuficiência no fornecimento de provas. Só após essa análise inicial é que os ministros deverão ingressar no exame do mérito das acusações e decidir se o conjunto probatório é suficiente para condenar os envolvidos.

O julgamento ocorre em meio a um dos maiores esquemas de segurança já vistos no STF. Drones com tecnologia térmica sobrevoam o entorno da Corte dia e noite, um sistema de monitoramento digital rastreia possíveis ameaças de ataques cibernéticos e até menções em fóruns obscuros da internet, enquanto as residências dos ministros recebem vistorias constantes e o acesso ao prédio está sujeito a revistas reforçadas. A estratégia da Corte busca evitar qualquer incidente em um momento de forte tensão política, já que o processo tem mobilizado não apenas a base de apoio do ex-presidente, mas também autoridades internacionais que acompanham de perto o desenrolar do caso.

A expectativa é de que cada ministro apresente seu voto ao longo da semana, seguindo a ordem após Alexandre de Moraes: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, Cristiano Zanin. A definição da dosimetria da pena, caso haja condenação, deve ocorrer no último dia do julgamento, marcado para sexta-feira, 12 de setembro. Estimativas apontam que as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão, podendo chegar a mais de 40 anos no somatório máximo dos crimes, embora a execução da sentença não seja imediata. A defesa ainda poderá recorrer com embargos de declaração e infringentes, o que adia a possibilidade de prisão em definitivo, a menos que medidas como prisão preventiva sejam decretadas antes do trânsito em julgado.