Após votar a favor da PEC da Blindagem, Silvye Alves anuncia saída do União Brasil

A deputada federal por Goiás Silvye Alves anunciou sua saída do União Brasil após votar a favor da PEC da Blindagem, na última terça-feira, 16. Em vídeo nas redes sociais, ela afirma ter recebido mensagens sobre possíveis retaliações caso mantivesse voto contrário à proposta, que condiciona o processo de deputados e senadores no STF à autorização da Câmara ou do Senado. A decisão foi confirmada por sua assessoria em nota divulgada na noite de quinta-feira, 18.

Segundo a deputada, ela chegou a votar contra o texto, mas afirmou ter recebido ligações de membros do alto escalão pedindo que mudasse sua posição. “Me senti pressionada e, por volta das 11h da noite, mudei meu voto. Fui covarde”, disse.

Após a repercussão negativa, Silvye gravou um novo vídeo pedindo desculpas aos eleitores. “Cometi um erro gravíssimo. Votei contra tudo o que acredito e defendo. Estou tão decepcionada quanto vocês que confiam no meu trabalho. Não queria deixar esse registro na minha passagem pela política”, afirmou.

Apesar de anunciar a saída do União Brasil, a deputada informou que deve aguardar a janela partidária de 2026 para oficializar a desfiliação.

Como votaram os deputados de Goiás

Dos 17 deputados federais goianos, 14 votaram a favor da PEC e três foram contrários. Todos repetiram o mesmo posicionamento nos dois turnos da votação.

Votaram “SIM”

• Adriano do Baldy (PP)
• Célio Silveira (MDB)
• Daniel Agrobom (PL)
• Dr. Ismael Alexandrino (PSD)
• Dr. Zacharias Calil (União Brasil)
• Gustavo Gayer (PL)
• Jeferson Rodrigues (Republicanos)
• José Nelto (União Brasil)
• Lêda Borges (PSDB)
• Magda Mofatto (PRD)
• Marussa Boldrin (MDB)
• Professor Alcides (PL)
• Samuel Santos (Podemos)
• Silvye Alves (União Brasil)

Votaram “NÃO”

• Delegada Adriana Accorsi (PT)
• Flávia Morais (PDT)
• Rubens Otoni (PT)

O que diz a PEC da Blindagem

A PEC foi aprovada em dois turnos na Câmara. No primeiro, obteve 353 votos favoráveis e 134 contrários, além de uma abstenção. No segundo, foram 344 votos a favor e 133 contra, sem abstenções.

O texto prevê que deputados e senadores só poderão ser processados pelo STF com a autorização das respectivas Casas Legislativas, ampliando a proteção judicial aos parlamentares.