As lutas de Adriana Accorsi
Redação DM
Publicado em 19 de agosto de 2016 às 22:10 | Atualizado há 9 anos- Delegada de polícia elucidou o caso de Lucélia Rodrigues, 12 anos, que era torturada por Silvia Calabresi, já condenada
- Deputada estadual quer ser a primeira prefeita de Goiânia, condena as OSs, quer uma saúde humanizada e segurança
- Líder do PT afirma que impeachment, sem crime de responsabilidade, é golpe e anuncia a volta de Lula em 2018
- A sua coligação, Goiânia Vida e Paz, reúne seis partidos: PT, PCdoB, Pros, PEN, PTdoB e PPL, o ex-MR-8, de tradição de esquerda
– Socialismo democrático.
É
o que Adriana Accorsi, deputada estadual e delegada de polícia, defende, hoje, em agosto de 2016. Militante do PT desde criança, ela acompanhou o pai, o velho filósofo Darci Accorsi, mestre da Universidade Federal de Goiás, nas primeiras eleições democráticas de 1982. O PT nascera em 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion, em São Paulo, para se tornar, 36 anos depois, a maior legenda do País, que ganharia quatro eleições presidenciais consecutivas.
Adriana Accorsi nasceu em Itapuranga, no dia 17 de março de 1973, filha de Darci Accorsi e de Lucide Sauthier, que haviam subido ao altar em Carlos Barbosa, Rio Grande do Sul. Em 1974, o casal mudou-se para Goiânia. É que o pai, ex-militante da VAR-Palmares, organização de luta armada contra a ditadura civil e militar, foi aprovado em um concurso público na UFG. Depois, a família transferiu-se para Porto Alegre [RS], para o filósofo cursar o mestrado.
Com 12 anos de idade, ela recorda-se da eleição de 1985, a primeira depois do fim do ciclo autoritário de hegemonia militar e civil. O PT, com Darci Accorsi, ganhou, mas não levou. Até José Sarney, presidente da República por acidente, em função da morte misteriosa de Tancredo Neves, teria sido avisado da derrota do PMDB, com Daniel Antônio, em Goiânia. Urnas foram fotografadas sendo abertas nas ruas, jogadas ao canto, recorda-se, indignada.
No ano de 1986, Darci Accorsi enfrentou, nas urnas, Henrique Santillo e Mauro Borges, com expressiva votação. A primeira eleição vitoriosa do dirigente ocorreu, em 1988. O homem conquistou, como o mais votado, a cadeira de vereador em Goiânia. Dois anos após, elegeu-se deputado estadual. O segundo do PT. A primeira vaga ficara com o barbudo e doutor em Ciências Políticas Athos Magno Costa e Silva, também ex-guerrilheiro da VAR-Palmares.
Com Jovair Arantes na vice, Darci Accorsi, sempre acompanhado nas caminhadas e reuniões políticas e sociais, de Lucide Sauthier e Adriana Accorsi, Darci Accorsi derrota Sandro Mabel e Iris Rezende, então governador de Goiás, e sobe os degraus do Palácio das Campinas, antiga sede da Prefeitura Municipal de Goiânia. Com uma gestão eficiente, ele deixa o poder público municipal com 83% de aprovação popular. Mas a reeleição seria aprovada apenas em 1997.
Aprovada no vestibular com boa classificação para o curso de Direito da UFG, Adriana Accorsi conta que atuou no movimento estudantil, formou-se, com Trabalho de Conclusão de Curso [TCC] sobre o ‘Cidadão 2.000’, em 1995, e acabou aprovada em concurso público para delegada de Polícia, em 1999. Ela investigava até 1.000 casos por ano na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente [DPCA], ligada à Secretaria de Segurança Pública [SSP].
– Elucidei o caso da tortura à criança Lucélia Rodrigues, 12 anos de idade, que era amarrada e torturada pela empresária Sílvia Calabresi. A acusada foi presa e condenada pela Justiça.
Nem ‘Corumbá’ escapou de sua mira. ‘Corumbá’ era o apelido do matador em série de mulheres José Vicente Martins. Ele havia matado uma bela garota de apenas 16 anos de idade, em Goiânia, recorda-se, emocionada a delegada de Polícia. Condenado, ele cumpre pena, hoje, no Estado do Maranhão. Depois de três mil conversas gravadas, ela prendeu também o médico Antônio Claret, que deixara um rastro cruel de mais de 20 vítimas de pedofilia.
– Pedofilia é caso recorrente em Goiânia!
‘Berçário Bebê Feliz’, Parque das Laranjeiras, Goiânia. A diretora Maria do Carmo Serrano torturava as crianças. Adriana Accorsi formulou uma operação de inteligência para dar o flagrante. Uma câmera para filmar as agressões teria sido colocada na blusa de uma funcionária que era contrária aos crimes praticados pela proprietária da instituição de ensino particular. O caso virou escândalo nacional e a acusada, presa e condenada pela Justiça.
– Houve também a chacina de Doverlândia. Aparecido de Sousa Alves matara sete pessoas.
A delegada de polícia, com elevado índice de elucidação dos casos e crimes, desvendou um sequestro de um bebê – Sthéfany Barreira -, filha de Patrícia Barreira. O sumiço do bebê durou exatos três dias, relata ao Diário da Manhã. Depois de 25 denúncias anônimas, a criança foi encontrada no município de Piracanjuba, próximo à Capital do Estado. Pasmem: a acusada era uma adolescente. As investigações transcorreram sob forte tensão emocional…
– Após exercer o cargo de superintendente de Direitos Humanos de Goiás, onde chefiei uma Comissão Especial que apurou 50 casos de pessoas desaparecidas depois de abordagens policiais, fui convidada, por mérito, por Marconi Perillo para ser delegada-geral da Polícia Civil.
Eleita deputada estadual em 2014, com 43.424 votos, a primeira mulher do PT no Palácio Alfredo Nasser, a ex-presidente da Juventude Petista quer ser a sucessora do médico Paulo de Siqueira Garcia [PT], no Paço Municipal. O primeiro turno será dia 2 de outubro. Vou para o segundo turno, afirma, entusiasmada. A segunda fase do pleito está programada para 30 do mesmo mês. A coligação é denominada ‘Goiânia vida e paz’. É o 3º maior tempo de Tv e rádio
– Nelcivone Melo, Paulo Sousa Neto, Jeovalter Correia, Paulo Cesar e Maria Teresa Canesin elaboram o plano de governo!
A sua plataforma política e eleitoral, conta, possui quatro eixos prioritários. Primeiro, a área social, com geração de empregos, prevenção às drogas, cuidados com a família. Segundo, a Saúde, com ações preventivas, tratamento humanizado, rejeição da gerência de unidades por OSS [Organizações Sociais] e fortalecimento da estratégia de saúde da família. Terceiro: uma Guarda civil numerosa, qualificada, com estrutura, PCS, fardamento, viaturas e armamento.
– Câmeras do Centro Integrado de Comando e Controle instalados em múltiplos pontos da Capital.
Animada com a recepção das ruas, Adriana Accorsi, que pode ser a primeira prefeita de Goiânia, quer, como quarto ponto de seu programa, ‘Educação’, zerar o déficit de vagas na Educação Infantil. É um compromisso real, dispara. Para que não exista nenhuma criança fora da sala de aula ou das creches, adianta. A sua coligação reúne seis partidos, informa ao Diário da Manhã. PT, PC do B, PROS, PEN, PT do B e PPL, o ex-MR-8, de tradição de esquerda.
– Luiz Inácio Lula da Silva voltará em 2018!
A líder do PT diz que impeachment, sem crime de responsabilidade, é golpe. A referência é ao processo que tramita no Senado da República e que pode afastar, a partir do dia 29 de agosto, a presidente da República reeleita em outubro de 2014, com mais de 54 milhões de votos, economista e ex-guerrilheira da VAR-Palmares, Dilma Vana Rousseff Linhares. É golpe, fuzila a deputada estadual. A direita perdeu a paciência de disputar eleições democráticas, ataca.
– Esse é o motivo da queda de Dilma Rousseff.
Mãe de Verônica Sauthier, designer, 21 anos de idade, Adriana Accorsi denuncia a escalada autoritária em curso no Brasil, diz que as reformas Trabalhista e Previdenciária irão retirar direitos históricos dos trabalhadores no País, teme a implantação do Estado Mínimo, acusa Michel Temer, golpista de plantão, de suspender os programas Minha Casa, Minha Vida, Mais Médicos, Ciência Sem Fronteiras e vê ameaças ao programa denominado Disque-100.
– O caminho é a unidade das forças democráticas e de esquerda!
Perfil
Nome: Adriana Sauthier Accorsi
Idade: 43
Formação: Direito
Cargos: Deputada estadual e delegada de polícia
Projetos: Ser a primeira prefeita de Goiânia
Partido: PT
Coligação: Goiânia Vida e Paz – PT, PCdoB, Pros, PTdoB, PPL e PEN