Bolsonaro deve participar, ao menos, do inicio da manifestação por anistia do 8/1
DM Redação
Publicado em 7 de maio de 2025 às 14:50 | Atualizado há 20 horas
Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (7) que vai comparecer ao ato em Brasília para insistir em uma anistia ampla aos envolvidos na trama golpista, conforme mostrou a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Apesar de haver contraindicação da sua equipe médica, o ex-presidente disse que pretende acompanhar pelo menos o início do ato.
“Eu pretendo estar lá também e participar do início”, disse em vídeo divulgado nesta quarta. Ele afirmou ainda que quer encontrar apoiadores para uma foto.
Ao receber alta no domingo (4), após 22 dias de internação para se recuperar de uma cirurgia no intestino, Bolsonaro foi orientado pela equipe médica a evitar aglomerações e a restringir o número de visitas em casa pelas próximas semanas.
“Espero que o presidente siga as orientações que foram passadas, de resguardo, pelas próximas três ou quatro semanas. [Ele deve] evitar aglomerações, evitar ficar no meio de muita gente porque isso pode interferir na recuperação da cirurgia”, disse o médico Cláudio Birolini no domingo.
Bolsonaristas afirmam que o ato servirá para demonstrar à sociedade que a oposição continua mobilizada pela anistia, apesar da articulação feita pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), por uma proposta alternativa.
A proposta alternativa à anistia, articulada pelo presidente do Senado, permitiria a aplicação de penas mais baixas para aqueles que estiveram presentes nos atos de 8 de janeiro de 2023, mas não os planejaram nem financiaram. Uma minuta foi elaborada pela consultoria legislativa do Senado, subordinada a Alcolumbre. O texto ainda não foi divulgado.
O projeto dos bolsonaristas, por sua vez, prevê a anistia a todos os atos passados e futuros ligados aos ataques às sedes dos três Poderes.
A pedido de Bolsonaro, o PL agora estuda uma nova versão mais branda do texto, que possivelmente restrinja o perdão aos condenados. Entre parlamentares governistas e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), há uma avaliação de que mesmo outro formato do texto pode manter brechas abertas para livrar líderes da tentativa de golpe, como Bolsonaro.
No fim do mês passado, o presidente da Câmara conseguiu isolar o PL após o partido conseguir apoio suficiente para apresentar o requerimento de urgência, com a assinatura de 264 deputados mais da metade deles integrantes de partidos da base aliada do governo.