Bolsonaro não se filiará ao Patriota
Diário da Manhã
Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 01:07 | Atualizado há 4 meses
O deputado federal e pré-candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSC) não se filiará mais ao Patriota, antigo PEN, em março de 2018. Conforme o presidente da sigla em Goiânia, Claudivino José Vieira, Bolsonaro exige ser o presidente nacional do partido para poder se filiar. Ao Diário da Manhã, Claudivino destaca que o deputado fez uma série de exigências, que foram atendidas – como a mudança do nome da sigla –, mas que a mudança do atual presidente do partido, Adilson Barroso – que é fundador, principal liderança e tem uma história com o Patriota -, não será atendida. “Hoje, ele não é pré-candidato pelo Patriota. Ele só será candidato pelo Patriota se ele aceitar vir para o partido como militante e como uma das pessoas que vai conquistar espaço e não já chegar e mandar, da forma como ele quer”, ressalta o presidente da sigla em Goiânia.
Claudivino destaca que o deputado tem conversado com o PSL e pode ser que se filie ao partido para concorrer à presidência. No entanto, a assessoria de imprensa do PSL-Livres, por meio de nota de esclarecimento, informa que a sigla descarta filiação de Bolsonaro. “Não procedem, de forma alguma, as notícias de que o deputado federal Jair Bolsonaro possa se filiar ao PSL. Após solicitação feita por Bolsonaro, o presidente nacional do PSL e também deputado federal, Luciano Bivar, recebeu-o em reunião. Em função das evidentes e conhecidas divergências de pensamento, o projeto político de Jair Bolsonaro é absolutamente incompatível com os ideais do Livres e o profundo processo de renovação política com o qual o PSL está inteiramente comprometido. Bolsonaro representa o autoritarismo e a intolerância tanto na economia quanto nos costumes, sendo a antítese completa das nossas ideias”, esclarece a nota.
Bolsonaro já vinha visitando o país, utilizando o palanque do Patriota para expor suas ideias. No dia 23 de novembro, Bolsonaro divulgou vídeo com Adilson Barroso–presidente nacional do Patriota–e demais integrantes da direção do partido e afirmou que “a palavra vale mais que um pedaço de papel” e que se filiaria ao Patriota durante a janela partidária que possibilita a mudança de partido. “Decisão final, a palavra vale muito mais que um pedaço de papel. Está tudo certo para nossa filiação em março do ano que vem e partimos para o projeto de um Brasil diferente”, ressaltou. Bolsonaro ainda destacou que nessa aliança tanto ele quanto Adilson perderiam, mas seria para um fim maior. “É como um casamento, todo mundo perde um pouco para que no conjunto, nós, venhamos a ganhar. Agradeço a confiança do Adilson, ele perde também uma coisa, todos perdem alguma coisa aqui, mas podem ter certeza, o Brasil vai ganhar com essa proposta de uma nova forma de fazer política”, se comprometeu Bolsonaro.
De acordo com Claudivino, o partido está disposto a aceitar a filiação e candidatura de Bolsonaro, desde que o deputado respeite a hierarquia do partido como está, visto que a sigla atendeu diversas exigências do pré-candidato. “O partido, em si, atendeu todas as reivindicações que o Jair pediu, como mudar o nome que era PEN para Patriota. Ele pediu para mexer em alguns estados e o presidente nacional abriu mão para ele. Mas, por fim, ele quer o comando nacional do partido. O Adilson formou o partido, tem uma história e não vai simplesmente dar a presidência para o Jair Bolsonaro. Se ele quisesse ser candidato pelo Patriota, ele teria todas as condições, todos os estados estariam apoiando ele, mas da forma como quer vir não é possível. Assim, é melhor ele seguir o caminho dele, ser candidato pelo PSL que ele tem conversado, com o próprio PSC, com o PR. Pelo Patriota ele não é candidato”, reforça e conclui: “Ele só vem candidato à presidência da República pelo Patriota se ele aceitar aceitar do jeito que está. O partido já fez sua hierarquia, tem seus presidentes formado em todo o país. Hoje, o Bolsonaro já tinha 20 estados sob o comando dele, aí queria a presidência nacional e isso não dá. Ele já mexeu com meio mundo, desagregou no partido e agora está dizendo que vai para o PSL”, reforça Claudivino.