Câmara ressuscita votação secreta em PEC após manobra do centrão
DM Redação
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 21:10 | Atualizado há 19 horas
A Câmara dos Deputados concluiu a votação da PEC da Blindagem (17/09), com uma manobra que restabeleceu o dispositivo de votação secreta para autorizar investigações de parlamentares no STF. Com apoio do presidente da Casa, Hugo Motta, o centrão articulou uma emenda aglutinativa que recolocou o termo “votação secreta” após este ter sido suprimido em votação anterior.
A emenda recebeu 314 votos favoráveis e 168 contrários. O relator, Claudio Cajado, justificou a medida ao afirmar que a votação noturna anterior não refletiu a vontade real do plenário. A manobra regimental permitiu a reinserção de trecho já rejeitado em destaque específico.
Líderes de partidos de oposição classificaram a manobra como escandalosa e inconstitucional. Anunciaram medida judicial contra a decisão, alegando violação do regimento interno que permite apenas supressão de textos em segundo turno, não inclusão.
A PEC concede ao Congresso Nacional o poder de autorizar ou barrar processos criminais de deputados e senadores no STF. O texto exige licença prévia do Legislativo para que investigações prossigam, com prazo de 90 dias para deliberação.
A aprovação da emenda representa retaliação ao governo, após bancada do PT votar contra a PEC. A insatisfação do centrão levou à articulação de outras medidas de represália, criando nova crise política.
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil