Política

Cármen Lúcia: “O 8 de janeiro não foi um acontecimento banal”

DM Redação

Publicado em 11 de setembro de 2025 às 14:55 | Atualizado há 2 horas

O julgamento do chamado Núcleo 1 da trama golpista no Supremo Tribunal Federal ganhou contornos decisivos nesta quinta-feira (11) com o voto da ministra Cármen Lúcia. Em sua manifestação, a magistrada ressaltou a gravidade das ações atribuídas aos acusados e rejeitou a tese de que os atos de 8 de janeiro de 2023 tenham sido espontâneos ou casuais.

“Todos os empreendimentos que espalham os seus tentáculos de objetivos autoritários são ações plurais, pensadas, executadas com racionalidade, na busca da finalidade específica”, afirmou Cármen Lúcia ao analisar as provas reunidas no processo. Para a ministra, os eventos que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília foram fruto de uma articulação prolongada e não de um movimento isolado.

Ela destacou ainda que o episódio não pode ser tratado como algo fortuito. “O 8 de janeiro de 2023 não foi um acontecimento banal, depois de um almoço de domingo, quando as pessoas saíram para passear. O inédito e infame conjunto de acontecimentos havidos ao longo de um ano e meio para inflar, instigar por práticas variadas de crimes, quando haveria de ter uma resposta no direito penal”, disse.

Com esse posicionamento, Cármen Lúcia reforçou a linha de entendimento já defendida por ministros como Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que votaram pela condenação dos réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O julgamento segue em andamento e deve ter sequência com o voto do ministro Cristiano Zanin, último a se manifestar na Primeira Turma.


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