Debate acirrado sobre aumento de deputados gera divisões internas
Redação DM
Publicado em 7 de maio de 2025 às 07:32 | Atualizado há 15 horas
A recente aprovação da urgência do Projeto de Lei Complementar 177, que propõe aumentar o número de deputados federais de 513 para 531, trouxe à tona não apenas questões sobre a representação política, mas também um acirrado debate entre os próprios membros da Câmara dos Deputados. A proposta, que visa atender a uma demanda do Supremo Tribunal Federal (STF), está gerando divisões significativas dentro da base governista.
Divisões internas
A deputada Dani Cunha (União-RJ), defensora do projeto, argumenta que a urgência é uma necessidade para evitar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida sobre a redistribuição das cadeiras sem o devido respaldo legislativo. Por outro lado, o deputado Kim Kataguiri (União-SP), também da mesma legenda, critica a proposta, alegando que ela representa um aumento desnecessário de custos para a população e não corrige as distorções na representação.
Essa polarização entre os colegas de partido evidencia as complexidades que cercam a questão da representação democrática no Brasil. Enquanto alguns veem a proposta como uma atualização necessária em face do crescimento populacional, outros consideram que um aumento no número de deputados apenas agrava problemas financeiros já enfrentados pelo país.
Pressão do STF
A pressão exercida pelo STF para que o Congresso atenda à demanda de redistribuição das cadeiras, com base no último Censo de 2022, adiciona uma camada de urgência ao debate. O tribunal determinou que, caso o Congresso não atue, o TSE poderá estabelecer a nova composição da Câmara, o que potencialmente impactaria estados como o Pará que reivindica um maior número de representantes desde 2010.
O projeto, entretanto, também traz consigo uma salvaguarda: proíbe a redução do número de deputados abaixo de 513. Essa condição foi vista por muitos como uma tentativa de garantir a estabilidade da representação política, mas também como uma forma de evitar perdas para estados que, em um cenário de redistribuição, poderiam ficar em desvantagem.
Impactos futuros
Com a aprovação da urgência, a discussão sobre o mérito do projeto se torna ainda mais relevante. O novo número proposto de 531 deputados pode ser visto como um pequeno aumento, mas representa um ajuste significativo em um sistema que não se altera desde 1993. Além disso, a forma como os dados do Censo serão auditados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) também poderá influenciar o resultado final e a aceitação do projeto.
Com prazos cada vez mais apertados e as eleições de 2026 no horizonte, a Câmara dos Deputados se prepara para um debate que não apenas moldará o futuro da representação política no Brasil, mas também refletirá sobre as prioridades e desafios enfrentados pelo país.