Debates descumprem regras
Redação DM
Publicado em 31 de agosto de 2018 às 02:02 | Atualizado há 6 meses
O primeiro debate de Goiânia entre os ‘governadoriáveis’ foi realizado pela Rádio Interativa, no dia 23/08.
Foram mediadores os radialistas José Luiz e Pablo Kossa.
Os painéis que indicavam o tempo de cada candidato estavam bem visíveis, posicionados à frente dos candidatos, sobre a mesa do estúdio, abaixo dos microfones dos participantes.
Foi permitida a entrada de dois acompanhantes do candidato, que geralmente se faz acompanhar por seus jornalistas, o que causou grande confusão, pois esta regra inicialmente não foi cumprida pelos demais assessores, que insistiam em permanecer no estúdio da rádio, que não é lá tão grande assim, diga-se de passagem. Foram retirados pelos organizadores.
Um coquetel foi servido dentro do estúdio para os debatedores e assessores.
Posso afirmar com segurança que imperou o amadorismo. A rádio não conseguiu manter, durante o debate, as regras definidas anteriormente.
O sorteio aconteceu de forma errada durante os trabalhos. Em determinado momento, apenas os que fizeram as perguntas foram sorteados, não tendo havido sorteio para quem respondeu às perguntas, de modo que cada um escolheu quem quis, o que causou muita confusão. Alguns debatedores acabaram sendo preteridos.
A tendência é o que lidera as pesquisas de intenção de votos seja mais bombardeado, e isso acaba ficando chato para o ouvinte, já que tudo gira em torno de um só.
Debate interessante é aquele que diz respeito à pluralidade de opiniões, quando os ouvintes podem conhecer cada candidato e, por isso, a importância da mediação.
Também, durante as discussões, foram abertas exceções para alguns candidatos que ganharam mais espaço na base do grito.
Reprovável a atitude dos mediadores, que não tiveram pulso firme para manter as regras e consequentemente a isonomia entre os participantes.
O segundo debate foi realizado dia 28/08 nos estúdios da TV Brasil Central.
O mediador foi Enzo de Lisita, funcionário efetivo dos quadros da Agecom, tido como o sucessor de Reynaldo Rocha, jornalista que criou e conduzia o programa Roda de Entrevistas.
O debate prometia. Dez cadeiras foram reservadas para a assessoria dos candidatos, espaço este cuja localização física foi definida por sorteio.
Havia espaço também para a imprensa, que pode assistir confortavelmente em termos de visibilidade do programa.
Embora os candidatos se posicionaram de modo bem à vontade diante das câmaras, e os painéis de marcação do tempo de fala de cada um foram colocados no chão, logo à frente dos candidatos, o que causou um certo desconforto, pois ele tinha que abaixar a cabeça para visualizar seu tempo de fala em contraposição às câmeras de televisão, que exigiam que os candidatos mantivessem a cabeça erguida.
Ademais, o mediador afirmava algo, depois desdizia, mantendo a orientação que recebia do plug de ouvido, e a todo momento, o que se notava era que uma exceção era admitida, restando pouco a fazer os assessores em termos de reclamação, pois na televisão o debate avança ao vivo, e com reclamações, vira baixaria.
Infelizmente ou felizmente o mediador passou mal, o que ensejou o encerramento dos trabalhos. Game Over.
O debate digital de ontem, 30/08, como assim foi intitulado pela direção, foi promovido pelo Diário de Goiás, Mais Goiás e A Redação, sites digitais de notícias.
Foi realizado no auditório da Fecomércio da Avenida 136. O anfitrião, Marcelo Baiocchi, seu presidente.
Um coquetel foi servido a todos os visitantes.
Havia um painel de marcação do tempo posicionado na lateral esquerda do auditório, o que foi suficiente para que todos pudessem visualizar perfeitamente e se orientarem.
O mediador foi o jornalista Altair Tavares, do A Redação.
O primeiro bloco se iniciou e o direito de tréplica não foi observado, o que não causou grande prejuízo aos debatedores, já que a nenhum deles foi dado esse direito.
Altair Tavares se desculpou publicamente, mediante a promessa de que tal fato não ocorreria novamente.
Os demais blocos seguiram de forma organizada e ordeira, e o sorteio foi transparente e coerente.
Estive presente nos três debates e posso afirmar com precisão que o quefoiacordado, segundoregraspreviamente estabelecidas, não foi cumprido durante os trabalhos.
O que pudemos apurar foi o amadorismo dos organizadores, que não conseguiram evitar erros em relação às normas estabelecidas. Isso foi muito ruim, pois denotou falta de liberdade de imprensa, condição sine qua non.
No debate digital de ontem, 30/08, na Fecomércio, o que pode-se notar é que os ânimos estão cada vez mais acirrados, umaconsequêncianatural da proximidade das eleições.
A tendência é que a tensão aumente nos debates, onde a elegância, como se viu ontem em relação a alguns dos debatedores, dê lugar ao nervosismo, com a proximidade do pleito eleitoral.
Pode ser que os debatedores estejam convencendo os eleitores, mas os organizadores dos debates ainda não convenceram ninguém.