Política

Defesas de réus rebatem acusações no 1º dia do julgamento no STF

DM Redação

Publicado em 2 de setembro de 2025 às 18:51 | Atualizado há 4 horas

Plenário do STF no julgamento contra Jair Bolsonaro e outros sete réus do núcleo central da trama golpista
Plenário do STF no julgamento contra Jair Bolsonaro e outros sete réus do núcleo central da trama golpista

O primeiro dia do julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus no STF foi marcado pelas manifestações iniciais da PGR e do ministro Alexandre de Moraes, seguidas pelas sustentações das defesas, que buscaram afastar acusações de participação na trama golpista.

A defesa de Mauro Cid abriu a tarde de sustentações orais. O advogado Jair Ferreira negou coação na delação e afirmou que o ex-ajudante de ordens não participou de planos de assassinato nem teve envolvimento em articulações golpistas. Destacou que Cid pediu baixa do Exército por fragilidade psicológica e insistiu na homologação do acordo. Já Cezar Bittencourt disse que não existem provas concretas contra o réu, classificando-o como receptor passivo de mensagens em aplicativos.

Paulo Renato Garcia Cintra, advogado de Alexandre Ramagem, sustentou que seu cliente não integrava o governo quando a PGR apontou a atuação do núcleo central da trama. Alegou falta de contraditório e criticou a ausência de tempo para analisar provas. Pediu que o STF desconsidere elementos do inquérito sobre o software First Mile e afirmou que documentos contra urnas eram anotações, não diretrizes. Corrigido por Cármen Lúcia, diferenciou “voto auditável” de “voto impresso” e reafirmou confiança nas urnas.

O ex-comandante da Marinha teve a defesa conduzida por Demóstenes Torres, que elogiou ministros do STF e apontou contradições nos relatos de Mauro Cid. Disse que não há nexo causal individualizado ligando Garnier às práticas ilícitas. O advogado mencionou a reunião entre Bolsonaro e as Forças Armadas, mas afirmou que o almirante não articulou golpe. Ressaltou dificuldades financeiras de seu cliente e questionou a credibilidade do delator.

Eumar Novacki, defensor do ex-ministro da Justiça, declarou que a acusação contra Torres é “um ponto fora da curva”. Negou que o réu tenha se ausentado propositalmente do DF no 8 de janeiro e mostrou documentos que comprovam a compra antecipada de passagens para os EUA. Reforçou que Torres aceitou o resultado eleitoral e não planejou golpe de Estado.

A Primeira Turma do STF encerrou a sessão com a fala do presidente Cristiano Zanin. O julgamento prossegue nesta quarta-feira, com novas sustentações das defesas dos réus.

Foto: Gustavo Moreno/STF

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