Demóstenes reassume cargo e requer férias

O ex-senador Demóstenes Torres reassumiu ontem o cargo de procurador de Justiça do Ministério Público de Goiás e solicitou, de imediato, férias de dois meses. A convocação dele foi feita pelo procurador Marcos de Abreu e Silva, vice-decano do MP/GO, baseado em decisão do Tribunal de Justiça de Goiás que arquivou as ações penais que tramitavam contra o ex-senador e revogou a liminar que o afastou do cargo.

Demóstenes Torres estava afastado do Ministério Público desde outubro de 2012 por conta dos processos que tramitavam no Judiciário contra ele, mas continuou recebendo salários e benefícios. Ele revela que tem de 15 a 20 férias para tirar. O procurador adianta, ainda, que pretende requerer aposentadoria e voltar à advocacia.

Arquivamento 

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), por meio da Corte Especial, decidiu arquivar o processo contra o senador cassado Demóstenes Torres em que ele respondia pelos crimes de corrupção passiva e advocacia privilegiada, no último dia 14, em Goiânia. Os crimes do processo são relacionados às investigações a partir do suposto envolvimento do político com o contraventor Carlos Augusto Ramos, Carlinhos Cachoeira.

Ainda conforme o Tribunal, o julgamento começou no último dia 26 de abril. O colegiado acatou posicionamento do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), que se manifestou pelo arquivamento da denúncia com base na anulação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) das gravações telefônicas usadas como provas.

Segundo o órgão, a desembargadora Elizabeth Maria da Silva, relatora do voto, pontuou que, sem o uso das interceptações telefônicas como provas dos crimes, não haviam elementos suficientes para embasar as acusações.

O Ministério Público de Goiás manifestou que já havia se manifestado pelo arquivamento dos autos diante da decisão do Supremo de considerar as gravações ilegais.