Política

Derrubar Temer seria um “erro crasso”, diz Mabel

Redação DM

Publicado em 17 de junho de 2017 às 03:22 | Atualizado há 8 anos

O empresário e ex-deputado Sandro Mabel (PMDB) afirmou que derrubar o governo Temer é cometer “um erro” que causaria mais “confusão e prejuízo” ao país. “São grupos econômicos, são políticos que têm interesse nessa derrubada. A derrubada agora é um erro crasso porque, se formos analisar, tem praticamente um ano para as eleições. Após derrubar o governo, até que se façam novas eleições, um novo assume em dezembro desse ano, o que ele vai fazer? É mais confusão. O país continua na incerteza.”

Em entrevista à rádio 730/AM, o peemedebista frisou que  “é como dizia na época do Lula: “deixa o homem trabalhar”. E acrescentou:“Está indo bem, a economia está começando a pegar um rumo, a apontar para um crescimento”, avalia.

Sandro Mabel deixou a assessoria especial da presidência da República, no último dia 24 de maio, logo depois da divulgação das gravações apresentadas por um dos donos do grupo JBS, Joesley Batista, nas quais acusa MichelTemer de negociar a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

À época, em uma carta enviada a Temer, Mabel explica que a saída dele em nada tinha a ver com o escândalo da JBS, e que já havia pedido para deixar o cargo, pelo qual não recebia remuneração, em dezembro de 2016, para que pudesse se dedicar mais “à família”.

Apoio do Congresso

Apesar de perdas sofridas pelo governo no Congresso, o empresário acredita que o presidente tem bom relacionamento e que vai conseguir aprovar as reformas trabalhista e previdenciária. “Acredito que, no Congresso, o presidente Temer tem uma base sólida, as pessoas acreditam nele, ele conviveu lá dentro e conversa particularmente com cada um. Um deputado ou um senador liga pra ele, fala pessoalmente. Ele tem facilidade nesse tipo de atuação. Acredito que o presidente vá aprovar essa Reforma Trabalhista, que é importante também. Essa convivência com o Congresso. Eu não tenho dúvida que ele sabe fazer muito bem”, pondera Mabel.

Embora acredite no andamento das pretensões governistas quanto às reformas, Mabel diz que o momento vivido pelas instituições não é positivo, e que a crise política pode se estender mais do que até as próximas eleições. “O momento é muito ruim, os poderes estão desassociados. Você vê o Ministério Público atacando o Supremo, o Supremo dando tiro pra cá e o outro cassando e prende um, prende outro. São todas medidas que, em alguns casos, necessárias, em outros faz com que haja uma perda da estabilidade institucional. Sempre que tem um achincalhamento do político, muita gente que poderia colaborar já não quer mais”.

Na opinião de Sandro Mabel, apesar dos sinais de recuperação econômica do país, os trabalhadores deverão sentir os efeitos da retomada somente no final de 2017 ou no início de 2018, e não deixou de pontuar as incertezas do mercado de trabalho neste momento. “Acredito que no final do ano ou no começo do próximo ano. Quem está empregado, acha que vai ser mandado embora, porém, se continuarmos com essa crise econômica, vamos continuar perdendo 100 mil ou 150 mil empregos por mês. Quando se perde isso, a pessoa para de consumir, uma fábrica para de produzir, os executivos da fábrica param de viajar, as companhias aéreas param, os táxis param. Em tudo há uma influência. Esse círculo virtuoso, que é exatamente o contrário, precisar dar um freio no desemprego”, pontua.

Caixa dois

Segundo delação do ex-executivo da Odebrecht,  Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o ex-deputado federal Sandro Mabel (PMDB) recebeu R$ 140 mil, via caixa dois, da empreiteira, para sua campanha em 2010. Já os delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Ricardo Roth Ferraz afirmaram que os repasses ao político goiano, não declarados à Justiça Eleitoral, chegaram a R$ 100 mil

Mabel nega ter recebido doações não contabilizadas, em 2010,. “Todas as doações financeiras às minhas campanhas estão declaradas à Justiça Eleitoral, de acordo com o que determina a legisçação”.

 

 

“Acredito que, no Congresso, o presidente Temer tem uma base sólida, as pessoas acreditam nele.”

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