EUA mantêm silêncio sobre tarifas de Trump e governo brasileiro tenta negociar por vias paralelas
Redação Online
Publicado em 23 de julho de 2025 às 13:59 | Atualizado há 7 horas
O governo dos Estados Unidos mantém silêncio nas negociações sobre as sobretaxas de 50% anunciadas por Donald Trump para produtos brasileiros. Com o prazo final em 1º de agosto, autoridades brasileiras temem a implementação das tarifas sem acordo prévio.
Fontes do Planalto revelam que os americanos condicionam qualquer avanço a uma autorização direta de Trump. Sem previsão de resposta, o governo Lula enfrenta dificuldades para estabelecer comunicação formal com seus homólogos nos EUA.
Diante da interdição dos canais oficiais, autoridades brasileiras recorrem a interlocutores informais. O temor é que funcionários americanos evitem diálogos para não serem desautorizados pelo presidente Trump, como ocorreu em casos anteriores.
O vice-presidente Geraldo Alckmin lidera esforços para mobilizar setores empresariais afetados. A estratégia é pressionar o governo americano por meio de grupos econômicos que podem sofrer impactos negativos com as tarifas.
Aliados de Lula avaliam que Trump pode usar o Brasil como exemplo para intimidar outros países. A ausência de respostas às cartas enviadas desde maio reforça a percepção de que a decisão tem motivação política, não econômica.
Empresas americanas dos setores de energia, farmacêutico e aviação já manifestaram preocupação com as tarifas. No Brasil, há expectativa de que a pressão do setor privado dos EUA possa evitar ou adiar a medida.
Negociadores brasileiros não descartam um adiamento, mas consideram a possibilidade remota. Enquanto isso, rumores sobre novas sanções a membros do STF geram apreensão sobre o clima das negociações.
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil