Ex-assessor ameaça expor segredos de Alexandre de Moraes

O Banco Central confirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o cumprimento da ordem de bloqueio das contas bancárias, cartões e chaves Pix vinculadas ao nome de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor direto do ministro Alexandre de Moraes. A medida foi executada no dia 31 de julho de 2025 e comunicada oficialmente a Moraes no início de agosto.

Tagliaferro é investigado pela Polícia Federal no âmbito do Inquérito nº 12936/DF, sob a acusação de ter repassado informações sigilosas do gabinete de Moraes à imprensa. Em especial, ele teria vazado trechos de mensagens e documentos internos para a Folha de S.Paulo, o que caracteriza possível violação de sigilo funcional.

Embora negue envolvimento no suposto vazamento, o ex-assessor adota uma postura de enfrentamento. Atualmente residindo na Itália, ele afirma ter mais provas comprometedoras contra Moraes e sugere que apenas uma pequena parte do que possui foi revelada. Segundo suas próprias palavras, o material divulgado até agora é apenas “a ponta do iceberg”.

As declarações ganharam força depois que Tagliaferro celebrou publicamente a Lei Magnitsky, legislação internacional que permite sanções a autoridades acusadas de violações de direitos humanos. Sem citar nomes, ele insinuou que medidas como essa poderiam atingir figuras do Judiciário brasileiro.

O bloqueio determinado pelo STF abrange todas as instituições financeiras e impede Tagliaferro de movimentar qualquer ativo vinculado ao CPF, incluindo o uso de cartões e transferências por Pix. A decisão foi tomada em meio ao avanço da investigação que apura o vazamento e seu possível impacto institucional.

Apesar de afastado do cargo desde julho de 2023, Tagliaferro atuou por quase um ano no gabinete de Moraes e teve acesso a informações sensíveis. Seu rompimento com o ministro e o conteúdo que ele afirma ter em mãos gera apreensão nos bastidores do Supremo, especialmente num momento de tensão política crescente.