Política

“Fizeram da saúde em Goiás um caso de polícia”, diz Caiado

Redação

Publicado em 18 de maio de 2018 às 01:55 | Atualizado há 7 anos

A não aplicação do mínimo constitucional e a falta de regionalização dos hospi­tais têm contribuído para um qua­dro calamitoso na área da saúde em Goiás, segundo o senador Ronaldo Caiado (Democratas), que é médi­co com mais de 40 anos de atuação na especialidade de cirurgia da co­luna. Dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) revelam que há quatro anos Goiás não aplica o míni­mo na saúde, que é de 12% da arre­cadação. “O tratamento dispensado à saúde em Goiás é vergonhoso. Há quatro anos consecutivos o Estado não cumpre as normas constitucio­nais, que determinam que o mínimo aplicado à saúde é de 12% da arre­cadação. O que estamos assistindo hoje é que o governo há quatro anos é alertado pelo Tribunal de Contas do Estado por não cumprir o piso para as ações de saúde. Em vez dis­so utiliza o dinheiro para pagar salá­rios, jogando na conta centralizada a verba carimbada da saúde”, afirmou.

O democrata comparou a situa­ção de Goiás à do Rio de Janeiro, onde o atual governador está sen­do julgado e pode ser afastado por também não ter aplicado o valor necessário na saúde. “O fato é que se os órgãos de controle em Goiás tivessem independência para agir, o ex-governador teria sido afastado do cargo por crime de responsabi­lidade. Hoje os prefeitos, amorda­çados e ameaçados, chegam a ficar até seis meses sem receber o repas­se saúde, agravando ainda mais o caos no setor e obrigando a maio­ria dos gestores municipais a gas­tar quase o dobro do que a Consti­tuição determina das suas receitas com saúde”, lamentou.

Outro fator que contribui para a falência da saúde estadual é a fal­ta de hospitais no interior. “As pro­messas de regionalizar a saúde só ficaram no papel, o que obriga os goianos que moram no interior a percorrerem vários quilômetros até Goiânia em busca de tratamento”, disse, lembrando que por outro lado falta transparência do dinhei­ro que é aplicado nas Organizações Sociais que gerem os principais hos­pitais de Goiás. “Em minhas viagens ao interior de Goiás ouço constan­tes reclamações de que os hospi­tais estaduais, desde a implanta­ção das organizações sociais, estão restringindo o atendimento dos pa­cientes. É uma matemática cruel para justificar a falsa propaganda que o governo tanto gosta: aten­dem poucos pacientes para, com isso, elevar o índice de satisfação. Estão fazendo da saúde pública de Goiás um caso de polícia”, resumiu.

O senador Ronaldo Caiado lem­bra ainda que as decisões que en­volvem a saúde passam pela polí­tica, e que apenas um governante comprometido com a população é capaz de priorizar a área. “O gover­nante precisa ter compaixão com quem está sofrendo, mostrar soli­dariedade com o povo que governa, espírito público para exercer o cargo e fazer do seu mandato um exem­plo de muito trabalho, boa gestão, transparência com os gastos públi­cos e amor ao próximo”, defendeu.

Por conta da situação drástica da saúde em Goiás, ele afirma que é preciso buscar alternativas emer­genciais que minimizem o sofri­mento dos cidadãos. “O sistema pú­blico de saúde atual não consegue atender a demanda e acredito que temos de ampliar a discussão so­bre a possibilidade de os hospitais privados credenciados receberem um complemento para atender os pacientes oriundos desta rede, aju­dando a desafogá-la. Temos de bus­car alternativas. O que não pode­mos é deixar a população morrer à espera de atendimento, como tem acontecido hoje”, explicou.

O médico Ronaldo Caiado lem­brou que hoje há uma fila de es­pera de mais de 55 mil pacientes para cirurgias eletivas, segundo dados do Conselho Federal de Me­dicina. “Por isso tenho defendido hospitais de campanha, totalmen­te estruturados, para zerar esta fila. Depois é preciso seriedade com o dinheiro do cidadão. Não dá para um governo investir milhões em propaganda e tirar dinheiro da saúde, já que não aplica o míni­mo constitucional. A saúde preci­sa ser priorizada”, finalizou.

 

Tags

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias