Política

“Governador usa causa da mulher para politicagem”, diz Desirée Peñalba

Redação DM

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 01:40 | Atualizado há 7 anos

Suplente de vereadora e advo­gada, a presidente metropolitana do Democratas Mulher, Desirée Peñalba, questionou as declara­ções do governador e candida­to à reeleição, José Eliton (PSDB), sobre sua suposta valorização da causa feminina. Segundo ela, o tu­cano se utiliza da luta pelo empo­deramento da mulher para fazer “politicagem” durante ano elei­toral. “Uma coisa é querer usar a imagem para conseguir voto, ou­tra é entender a competência e o valor das mulheres, dando con­dições para que nós mostremos nossa competência e capacidade na administração”, criticou.

Ao assumir o governo do Esta­do, em abril de 2018, Eliton promo­veu uma reforma administrativa, trocando auxiliares do seu padri­nho e principal aliado, Marconi Perillo (PSDB). No entanto, não há uma mulher sequer no primei­ro escalão do Estado. “O atual go­vernador se gaba por ter duas mu­lheres na chapa majoritária, mas e no governo? Quer dizer que, para ele, servimos para mostrar durante a campanha, mas não temos capa­cidade para a gestão? Esse é o tipo de política atrasada que os goianos não aceitam mais”, rebateu.

Desirée Peñalba lembra ainda que, na semana passada, o secretá­rio de Segurança Pública de Goiás, Irapuan Costa Júnior (que foi gover­nador biônico durante a ditadura militar), causou revolta ao dizer com todas as letras que as mulheres são “cúmplices” da violência que sofrem.

Em vez de tomar providências imediatas, determinando uma re­tratação pública ou mesmo demi­tindo o auxiliar, José Eliton preferiu se calar e relativizar a gravidade da declaração. “É uma vergonha, um abuso do secretário e houve sim cumplicidade do próprio governa­dor. A violência contra mulher deve ser tratada com responsabilidade, jamais creditar a elas a responsa­bilidade do sofrimento”, asseverou.

Não obstante, a presidente do DEM Mulher alerta ainda para os altos índices da violência contra a mulher em Goiás, que tem subido alarmantemente nos últimos anos. Para se ter ideia, em 2014, o Estado era o oitavo com a maior taxa de fe­minicídio no Brasil. No ano passa­do, subiu para a segunda colocação, perdendo apenas para Roraima.

Segundo o Panorama da Vio­lência Contra as Mulheres no Brasil, publicado pelo Observa­tório da Mulher contra a Violên­cia do Senado Federal, Goiás re­gistrou taxa de 8,5 homicídios por 100 mil mulheres – número muito superior à média nacional, de 4,6. “Esses números assustadores são resultado de uma política de segu­rança equivocada e ultrapassada promovida por esse governo que está aí há 20 anos. José Eliton, que inclusive fracassou como secre­tário de Segurança Pública, usa a causa da mulher para politicagem. Lamentável”, arrematou.


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