Governo Lula envia carta à The Economist e rebate críticas sobre política externa
Redação Online
Publicado em 1 de julho de 2025 às 13:00 | Atualizado há 9 horas
O governo brasileiro enviou nesta terça-feira (1) uma carta oficial à revista britânica The Economist, em resposta a um artigo que fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A publicação havia apontado uma suposta incoerência da atuação internacional do mandatário, além de citar queda de popularidade no cenário doméstico.
O documento, assinado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi encaminhado por meio da embaixada do Brasil em Londres e destaca o compromisso do presidente com os valores democráticos, a sustentabilidade, o multilateralismo e a paz. Segundo o Itamaraty, Lula tem atuado de forma consistente na arena internacional e continua sendo um dos poucos líderes globais com voz ativa em fóruns como o G20 e os BRICS.
A carta ressalta que o Brasil desempenhou papel central nas articulações diplomáticas do G20 e que está à frente de iniciativas para combater a fome e a pobreza no mundo. Também defende que o BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul sob a presidência temporária brasileira, não é um bloco antiocidental, mas sim uma plataforma voltada ao equilíbrio global e à cooperação entre países em desenvolvimento.
Em relação a temas sensíveis como conflitos armados e o uso de armas nucleares, o governo brasileiro afirma manter uma postura firme e coerente, condenando tanto o ataque do Irã a Israel quanto a invasão da Ucrânia pela Rússia. A nota também menciona o respeito do Brasil às Nações Unidas, às convenções internacionais e ao direito humanitário.
Embora a carta não mencione diretamente as críticas sobre a queda de popularidade de Lula nem sobre a política econômica interna, como a recente derrota do governo no Congresso sobre o IOF, o tom geral da resposta é de afirmação institucional da linha diplomática do Planalto. A estratégia parece ser reafirmar o papel do Brasil como interlocutor relevante no cenário internacional, independentemente das conjunturas políticas internas.
A movimentação ocorre às vésperas da cúpula dos BRICS, marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro, evento em que Lula buscará consolidar sua imagem como líder global do Sul Global e defensor da reforma das instituições multilaterais.