Iris não aceita presidência
Redação DM
Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 22:25 | Atualizado há 9 anos
O ex-governador Iris Rezende comunicou ontem aos deputados federais e estaduais e aos membros da comissão provisória do PMDB a decisão de não atender apelo para assumir a presidência do partido. Em reunião fechada, no escritório do ex-governador, Iris disse que prefere contribuir com o “fortalecimento” do PMDB de outra forma. Ele alegou que, no passado, foi criticado por não abrir espaço às novas lideranças do partido.
A reunião contou com as presenças do ex-governador e prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, deputado federal e presidente interino do PMDB, Pedro Chaves, deputados estaduais José Nelto, Adib Elias, Bruno Peixoto e Paulo Cezar Martins, além da ex-deputada federal Iris Araújo e o ex-prefeito Nailton de Oliveira. Vice-prefeito Agenor Mariano, deputado estadual Ernesto Roller e o deputado federal Daniel Vilela não compareceram.
Iris Rezende, que não concedeu entrevista à imprensa, disse, na conversa com os correligionários, que a direção atual do PMDB deve buscar um “nome de consenso” até a convenção, mas, não sendo possível, ele acha natural a disputa para a escolha do novo diretório, executiva e presidência, segundo relatou à imprensa o deputado Pedro Chaves.
No encontro, Iris não se referiu às eleições para a prefeitura de Goiânia, este ano, apesar dos apelos dos peemedebistas para que venha, pela quarta vez, concorrer ao Paço. “Esse assunto não foi tratado na reunião, mas todo mundo sabe que o PMDB espera que Iris Rezende venha a concorrer à prefeitura de Goiânia, pois é um desejo partidário e de grande parte da população”, ressaltou Pedro Chaves.
O deputado Pedro Chaves disse que não pretende apresentar sem nome como “alternativa de consenso” para a presidência do PMDB. “Estou exercendo provisoriamente a presidência. Vou organizar a convenção e atuar para que a unidade seja assegurada, com eleição de consenso ou não para o diretório, executiva e presidência.”
Disputa
Desde outubro do ano passado, quando não conseguiu realizar a convenção para a eleição do diretório estadual, o PMDB está dividido. Naquela época, Daniel Vilela, José Nelto e Nailton de Oliveira apresentaram-se como candidatos à presidência, em substituição a Samuel Belchior. O ex-deputado estadual José Essado, aliado de Daniel Vilela, conseguiu, na Justiça, “melar” a convenção peemedebista. O partido ficou 45 dias “acéfalo”, ou seja, sem direção. Em seguida, o presidente nacional do PMDB, Michel Temer nomeou comissão provisória estadual, com o deputado federal Pedro Chaves à frente.
Agora, Daniel Vilela e José Nelto não pretendem colocar seus nomes como candidatos à presidência do PMDB. “Não sou mais candidato. Estou trabalhando pela unidade partidária. O PMDB é maior do que todos nós. Temos que buscar o consenso, pois, caso contrário, a divisão interna contribuirá com o enfraquecimento do partido e não é isso que deseja a militância peemedebista.”
Na reunião de ontem, o deputado estadual Paulo Cezar Martins e o ex-prefeito de Bom Jardim de Goiás, Nailton de Oliveira, anunciaram que irão registrar chapa para o diretório estadual do PMDB, de olho na presidência do partido. A executiva e a presidência serão escolhidas após a eleição do diretório, em 5 de fevereiro.
Paulo Cezar Martins anunciou que já tem 90 nomes para a chapa de 118 integrantes. “Estou preparando uma chapa municipalista. Prefeitos, vereadores e lideranças municipais estarão participando do novo comando do PMDB de Goiás.” Ele disse que a candidatura a presidente será discutida mais à frente, nas véspera da convenção. “Vamos formar o diretório, presidência vem depois.”
Nailton de Oliveira reafirmou a sua decisão de disputar a presidência do PMDB e vai visitar novamente os municípios, em busca de respaldo para a chapa que irá apresentar para o diretório. “Estou motivado e conto com o apoio das lideranças municipais. Há um espírito de renovação do PMDB no interior do Estado, pois os companheiros querem um partido fortalecido para os embates eleitorais de 2016 e 2018.”
Maguito: “Iris sempre atuou pelo fortalecimento do partido”
O ex-governador e prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, disse, ontem, ao Diário da Manhã, que a posição de Iris Rezende de não assumir a presidência do diretório estadual do PMDB é “compreensível”, sob a justificativa de que o ex-governador atua pelo fortalecimento partidário no comando ou não da legenda. “Ao longo de sua trajetória política, Iris Rezende sempre atuou pelo fortalecimento do PMDB goiano e nacional.”
Maguito Vilela ressaltou que, juntamente com Iris Rezende, vai atuar para que o PMDB chegue à convenção de 5 de fevereiro com um nome de consenso para a presidência, mas admitiu que, não sendo possível, a disputa será “democrática.” E justificou: “Com ou sem disputa, o PMDB não se divide, o ao contrário, continuará sendo o maior partido de Goiás. Estaremos prontos para disputar as eleições municipais de 2016 e as estaduais de 2018 com maior vigor e motivação.”
O ex-governador ressaltou que não existe, internamente no PMDB, disputa entre maguitistas e iristas. “Enganam aqueles que pensam que estamos divididos. Eu e o Iris caminhamos juntos há quanto tempo e não há cisão entre nós. Somos uma família. O que eu defendo é o somatório da experiência política com a juventude. Os mais velhos precisam passar os ensinamentos para os jovens que pregam a renovação de ideias, de projetos, de programas.”
Maguito Vilela adiantou que o presidente Pedro Chaves irá conversar com o deputado Paulo Cezar Martins e com o ex-prefeito Nailton de Oliveira, em busca de formação de chapa de consenso para o diretório estadual, a ser eleito dia 5 de fevereiro. “É preciso conversar para buscar um nome que represente a unidade do PMDB. Não sendo possível o consenso, a disputa na convenção também é democrática.”