Joesley afirma que JBS nunca foi beneficiada em nada por Marconi
Redação DM
Publicado em 24 de maio de 2017 às 02:32 | Atualizado há 8 anosO imperador mundial da carne, Joesley Batista, não estava nada satisfeito com o tratamento que recebia do governo de Goiás, de quem esperava mais vantagens. É o que afirma um dos braços direitos de Josley e Wesley Batista, Ricardo Saud, em depoimento de delação premiada. “Cansei de dar dinheiro pro Marconi Perillo e ele nunca fez um nada para mim no Estado de Goiás”, afirmou Joesley, segundo relato de Saud aos investigadores da Lava Jato.
Situação bem diferente da vivida pelo presidente Michel Temer, pelo senador afastado Aécio Neves (MG) e outros parlamentares e assessores de políticos delatados por Joesley e seus executivos. Enquanto revela esquemas de favorecimento do Grupo JBS por autoridades federais e lideranças regionais ligadas ao PT e ao PMDB, o presidente do Grupo JBS, Joesley Batista, afirma que em Goiás “nunca foi feito um nada” pelo conglomerado da carne.
O “um nada” a que Joesley se refere estaria relacionado a pretensões de favorecimento das empresas da J&S no Estado. A reclamação do imperador da carne foi revelada por um dos assistentes de Joesley, Ricardo Saud, que afirmou, em depoimento de delação, que em Goiás o PSDB nunca fez nada pela JBS, apesar de o partido ter recebido doações para campanhas. “Cansei de dar dinheiro pro Marconi Perillo e ele nunca fez um nada para mim no Estado de Goiás”, afirmou Joesley, segundo revelou Saud.
Joesley e Saud se referem às doações legais, declaradas à Justiça Eleitoral, feitas pelo Grupo JBS, às campanhas do então governador Alcides Rodrigues à reeleição, em 2006, e do então senador Marconi Perillo para o Palácio das Esmeraldas, em 2010. Em 2014, a JBS não fez doações para a campanha de Marconi à reeleição, em que pese o fato de o grupo ter dado cerca de R$ 385 milhões para campanhas em todo o País.
Marconi: “Citações comprovam que governo não beneficiou empresas”
O governador Marconi Perillo afirmou ontem que, conforme está registrado na Justiça Eleitoral, o PSDB não recebeu doações do Grupo JBS nas eleições de 2014 para o Palácio das Esmeraldas. Em nota, o governador afirmou ainda que as citações do executivo Ricardo Saud comprovam que a companhia não obteve benefícios ou vantagens do governo de Goiás.
“O depoimento do delator do Grupo JBS é a demonstração cabal de que não foi usado expediente de doações de campanha em troca de interesses privados no governo de Goiás”, disse Marconi. “Todas as doações da campanha de 2010 foram recebidas estritamente de acordo com a legislação vigente, e registradas na Justiça Eleitoral, que aprovou as contas”, afirmou.
O governador observou que “na campanha de 2014 não recebi um centavo sequer do Grupo JBS, exatamente porque não aceito nehuma ajuda de campanha em troca de quaisquer benefícios no governo”. Ainda de acordo com Marconi, “essa conduta ficou clara nas citações do Grupo JBS e também Odebrecht”.
“Tão importante quanto isso é a comparação entre os que delatores disseram sobre outros políticos e o que disseram a meu respeito”, ponderou, para em seguida afirmar que “O depoimentos dos delatores demonstram, cabalmente, que não houve qualquer negociação para favorecimento de quem quer que seja
“As citações comprovam ainda que não negociei favores no governo de Goiás em troca de doações eleitorais”, reforçou. “Reafirmo: todas as doações que recebi foram legais e não tiveram nenhuma contrapartida do governo de Goiás, nem neste caso específico como também em nenhum outro”, afirmou Marconi, em nota.
“Na campanha de 2014 não recebi um centavo sequer do Grupo JBS, exatamente porque não aceito nenhuma ajuda de campanha em troca de quaisquer benefícios no governo”
[box title=””]NOTA DE ESCLARECIMENTO DO GOVERNADOR MARCONI PERILLO À POPULAÇÃO DE GOIÁS
O depoimento do delator do Grupo JBS é a demonstração cabal de que não foi usado expediente de doações de campanha em troca de interesses privados no governo de Goiás.
Todas as doações da campanha de 2010 foram recebidas estritamente de acordo com a legislação vigente, e registradas na Justiça Eleitoral, que aprovou as contas.
Na campanha de 2014 não recebi um centavo sequer do Grupo JBS, exatamente porque não aceito nenhuma ajuda de campanha em troca de quaisquer benefícios no governo.
Essa conduta ficou clara nas citações do Grupo JBS e também Odebrecht. Tão importante quanto isso é a comparação entre os que delatores disseram sobre outros políticos e o que disseram a meu respeito.
Os depoimentos dos delatores demonstram, cabalmente, que não houve qualquer negociação para favorecimento de quem quer que seja. As citações comprovam ainda que não negociei favores no Governo de Goiás em troca de doações eleitorais.
Reafirmo: todas as doações que recebi foram legais e não tiveram nenhuma contrapartida do governo de Goiás, nem neste caso específico como também em nenhum outro..[/box]