Jorge Kajuru pede à Justiça suspensão de “orgia de gastos”

O juiz Elcio Vicente da Silva, da 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Goiânia, concedeu liminar, ontem, à ação popular impetrada pelo vereador mais votado Jorge Kajuru (PRP), determinando a suspensão de aplicação, por parte da Câmara Municipal, de R$ 159 mil, no que se denomina “orgia dos gastos”: contratação de empresa especializada em “palco de levitação”, coquetel, estacionamento, convites e aluguel do Centro de Convenções da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, no Campus 2, no Parque Atheneu, para a solenidade de posse dos 35 novos vereadores da Capital.

O magistrado mandou notificar o presidente da Câmara Municipal, vereador Anselmo Pereira (PSDB), para, no prazo de 72 horas, oferecer à Justiça as explicações quanto ao processo licitatório em relação aos gastos relativos “exorbitantes” para a cerimônia de posse dos 35 novos vereadores da Capital, marcada para o próximo domingo, dia 1º de janeiro. A empresa vencedora da licitação é a LD Equipamentos Profissionais Ltda.

Em visita à redação do Diário da Manhã, o vereador eleito Jorge Kajuru afirmou que a iniciativa da ação popular não visa “atingir o presidente da Câmara Municipal, Anselmo Pereira”, já que nada tem contra o dirigente da Casa.

Kajuru explicou, também, que não tem como objetivo impedir ou suspender a solenidade de posse dos novos vereadores, que tem embasamento legal e constitucional, mas apenas o de “evitar o abuso com o dinheiro público”, já que, para ele, a cerimônia de posse deve ser realizada no plenário da Câmara Municipal, sem “luxo, pirotecnia ou levitação de vereadores”, como sempre ocorreu na história daquela Casa.

Convivência com Iris

Questionado sobre se irá ou não apoiar a gestão de Iris Rezende (PMDB), que toma posse dia 1º de janeiro como prefeito de Goiânia, o vereador mais votado da cidade – obteve em 2 de outubro deste ano 37.796 votos – foi taxativo: “Sou opositor do Iris, por não ser aliado político dele, mas jamais seria um parlamentar contrário aos interesses da cidade. Vou apoiar o prefeito em todas as suas decisões que alcançarem os interesses da população e me posicionarei contrário naquelas medidas que julgar prejudiciais à cidade”.

Jorge Kajuru revelou que o prefeito eleito Iris Rezende o convidou a visitá-lo, em seu escritório, no Setor Marista, em Goiânia, logo depois do encerramento do segundo turno, para anunciar que fará parceria com ele para a implantação do Instituto Diabético do Brasil. “Esta será a primeira parceria que farei com Iris Rezende, pois se trata de uma iniciativa minha que vai beneficiar centenas de pessoas carentes que necessitam do tratamento do diabetes, uma doença crônica, incurável, mas controlável”.

Na ocasião, Iris Rezende lhe disse que “foi a primeira vez que um vereador esteve aqui e que não pediu nada”. O cronista esportivo reafirmou que, em todas as conversas e audiências que pretende ter com o prefeito, apenas “assuntos relevantes e de interesse da comunidade” estarão em pauta.

Vai abster-se

Jorge Kajuru revelou à reportagem do Diário da Manhã que não vai participar do processo de eleição do novo presidente e da Mesa Diretora da Câmara de Goiânia, sob a alegação de que “se trata de uma farsa e de maracutaia escambrosa”.

O vereador eleito pelo PRP afirmou que, depois de tomar conhecido de uma informação veiculada pelo  jornal Opção On Line, de que estão sendo gastos R$ 2 milhões no aliciamento de votos para a eleição da Câmara de Goiânia, decidiu abster-se de votar, ou seja, não respaldará o processo de escolha do futuro presidente da Casa.

Jorge Kajuru sustentou que, depois que tomou conhecimento de que um grupo de 18 vereadores se reuniu com os chefões do cartel imobiliário de Goiás, no Hotel Tamandaré Plaza, esta semana, e que os outros 15 vereadores se encontraram com os marconistas Jayme Rincón, Chiquinho Oliveira e Santana Gomes, decidiu não votar em nenhum dos candidatos à presidente do Legislativo goianiense. “O dono do meu voto é a abstenção”.