Política

Julgamento de Bolsonaro no STF terá segurança reforçada e cronograma intenso

Redação Online

Publicado em 1 de setembro de 2025 às 09:58 | Atualizado há 1 hora

O Supremo Tribunal Federal dará início amanhã (2), ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus principais aliados, acusados de envolvimento em uma suposta trama golpista. A Primeira Turma da Corte ficará responsável pela análise do processo, que terá sessões nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 do mês. As reuniões ocorrerão em turnos da manhã e, em algumas datas, também no período da tarde, formando um calendário intenso e concentrado.

A sessão de abertura será presidida pelo ministro Cristiano Zanin, atual responsável pela Primeira Turma. Em seguida, o relator Alexandre de Moraes fará a leitura do relatório do processo, apresentando o resumo dos fatos e os principais elementos reunidos na denúncia. Logo após, o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para expor os argumentos da acusação. Concluída essa etapa, as defesas de cada réu terão o direito a até uma hora de sustentação oral. A expectativa é que, já na segunda semana do julgamento, os ministros passem à fase de apresentação dos votos.

O julgamento envolve um núcleo considerado central da denúncia, composto por nomes de grande relevância política e militar. Além de Jair Bolsonaro, respondem no processo Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice em 2022; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e hoje colaborador da Justiça; Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; e Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa.

De acordo com as regras da Corte, a presença física dos réus não será exigida. Assim, todos poderão ser representados exclusivamente por seus advogados durante o julgamento, o que deve evitar a movimentação de figuras públicas de grande visibilidade para dentro do tribunal.

Brasília já vive a antecipação de medidas excepcionais de segurança. O Palácio do Planalto foi cercado por grades e a rotina da região central da capital federal apresenta mudanças significativas. Uma célula integrada de inteligência foi formada, reunindo órgãos locais e federais para monitorar o cenário e atuar preventivamente contra qualquer risco de desordem.

O esquema inclui drones equipados com câmeras térmicas, detectores de metais, cães farejadores, agentes de segurança em turnos ininterruptos e até equipes dormindo dentro do Supremo durante os dias de julgamento. Além disso, varreduras domiciliares e inspeções em prédios estratégicos foram programadas. A Praça dos Três Poderes e a Esplanada dos Ministérios terão interdições temporárias, especialmente porque o calendário do julgamento coincide com os preparativos para o desfile de 7 de setembro.

O julgamento é considerado um marco histórico para o país, não apenas pela relevância do ex-presidente, mas também pelo envolvimento de nomes do alto escalão militar e civil que integraram o governo. As decisões do Supremo podem impactar diretamente o futuro político de Bolsonaro e influenciar a carreira de aliados próximos que ainda mantêm presença ativa em setores estratégicos e políticos.


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