Justiça confirma perda de mandatos de dois vereadores
Redação DM
Publicado em 2 de março de 2018 às 01:44 | Atualizado há 4 meses
- Valdemir Souto (PR) é alvo de processo por utilizar a estrutura de igreja para promover reunião durante campanha eleitoral em 2016
O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás deve confirmar a perda de mandato de dois vereadores de Aparecida de Goiânia: Valdemir Souto (PR) e Helvecino Moura (PT), por crimes eleitorais praticados durante a campanha de 2016.
Os vereadores devem ser afastados do exercício do mandato, de imediato, mesmo que apresentem recursos ao Tribunal Regional Eleitoral, segundo esclarece um advogado especializado em Direito Eleitoral. Os suplentes serão empossados pela mesa diretora da Câmara Municipal.
VALDEMIR SOUTO
Está em andamento, no TER, recurso eleitoral que visa barrar a cassação de mandato do vereador Valdemir Souto (PR) por abuso de poder. O recurso foi publicado pelo TRE no último dia 21 e, segundo o próprio parlamentar, a expectativa é de resultado até hoje 1º de março. Caso o parecer não seja favorável, o político entrará com liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para evitar sua substituição pelo suplente Elias Alves da Silva.
O vereador foi cassado, em maio do ano passado, pela Justiça Eleitoral, também por cometer abuso econômico, processo do qual resultou parecer favorável a Valdemir. Neste momento, o parlamentar repõe todas as alternativas no combate à sua cassação.
Valdemir Souto responde por abuso de poder religioso, devido à utilização de igreja para realizar reuniões durante a sua campanha eleitoral, o que, segundo os juízes, gerou favorecimento.
Ele afirma que não houve utilização do púlpito para promoção e pedido de votos e que apenas uma parte da estrutura física foi usada. A igreja em questão, Assembleia de Deus – Campos Esperança, é frequentada por ele e sua família.
HELVECINO MOURA
Em julgamento realizado na última segunda-feira, 26, o TRE decidiu por manter a cassação do mandato do vereador Helvecino Moura (PT), pela prática de captação ilícita de sufrágio e de abuso de poder político e econômico durante as eleições que aconteceram em 2016. A decisão final do TRE se deu por unanimidade no processo de Ação de Investigação Judicial Eleitoral, proposta pelo Ministério Público Eleitoral.
O TRE acatou integralmente parecer do procurador regional eleitoral, Alexandre Moreira Tavares dos Santos. Neste, foi destacado que as provas dos autos revelaram, de forma contundente e robusta, que Moura, por meio de seus articuladores de campanha, efetuou compra de votos, em busca da reeleição, em 2016. Ele efetuava concessão de “encaixes” de consultas médicas e procedimentos no âmbito da rede da Secretaria Municipal de Saúde do município, notadamente no Ambulatório Multiprofissional de Aparecida de Goiânia (Amag).
O parlamentar, a esposa e, ainda, a filha – que era coordenadora do Amag –, além da colaboração de outras três pessoas, burlavam o sistema de fila virtual de atendimentos do ambulatório em troca de votos, segundo a sentença. A espera na fila, não raras vezes, podia durar mais de ano, a depender da especialidade procurada.
Os vereadores devem ser afastados do exercício do mandato, de imediato