Luciana Genro ataca o ajuste e quer taxação das fortunas

• Presidenciável do PSol exorciza ajuste fiscal de Joaquim Levy

• Pré-candidata aparece em 2º

• lugar nas pesquisas em Porto Alegre l Ex-deputada descarta formação de frente de esquerda com o PT

• Dirigente condena as propostas já aprovadas na reforma política

Taxação das grandes fortunas e nos estratosféricos lucros das instituições financeiras no Brasil. É o que propõe a candidata do PSol [Partido Socialismo e Liberdade] em 2014  ao Palácio do Planalto, Luciana Genro [RS], em entrevista exclusiva ao Diário da Manhã.

– O ajuste fiscal é um ataque aos direitos dos trabalhadores.

Para ela, as medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Joaquim Levy, classificado pelo economista da PUC-SP [Pontifícia Universidade Católica de São Paulo], João Machado, como conservador e ultraortodoxo, deveriam atingir os mais ricos do País.

– Ele [Ajuste fiscal] deveria ser feito do outro lado, para atingir o capital!

Reforma Política

A ex-deputada federal afirma que o Congresso Nacional não aprovou uma reforma política. Longe disso, dispara. Ela condena a aprovação da cláusula de desempenho ou cláusula de barreira, que atinge PSTU, PCB, PCO e PPL, e a manutenção do financiamento privado.

– O financiamento de empresas às campanhas eleitorais estabelece relações promíscuas entre o público e o privado e é uma das fontes de corrupção no Brasil.

Apesar de o ex-ministro da Justiça e ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro [PT] defender a formação de uma frente de esquerda, de linhagem neoliberal, a partir do Rio de Janeiro já em 2016, com o deputado estadual Marcelo Freixo, ela ataca a proposta.

Frente de Esquerda

– Não há nenhuma possibilidade de aliança política, estratégica e eleitoral com o PT!

Tarso Genro, que é pai de Luciana Genro, é um dos dirigentes da facção petista interna ‘Mensagem ao Partido’, e quer a refundação da legenda, a reaproximação com os movimentos sociais urbanos e rurais e mudanças drásticas na condução do governo federal e do PT.

O cardeal petista, que renunciou à presidência do PT em 2005, auge do escândalo do mensalão, por não concordar com a volta de José Dirceu, que depois seria condenado na Ação Penal 470,  à direção nacional petista, quer que o PT retome as suas bandeiras de esquerda.

– O caminho é a sua refundação! [È o que propõe Tarso Genro]

Porto Alegre

Pesquisa de opinião pública divulgada no Rio Grande do Sul aponta que Luciana Genro aparece em segundo lugar  na corrida à Prefeitura Municipal de Porto Alegre.  A deputada estadual Manuela D´Ávila [PC do B] lidera no levantamento estatístico a um ano das eleições municipais

– Há, hoje, dentro do partido, um sentimento de que eu dispute as eleições. Mas não há nada definido!

O prefeito de Porto Alegre, hoje, é José Fortunatti. Ele deve também lançar um nome à sucessão municipal, admite a pré-candidata. O seu candidato não está definido. Registro: desgastado, ele enfrentou uma greve geral dos professores da rede municipal de ensino.

Luciana Genro, expulsa do PT em 2003, fundou, ao lado de Heloísa Helena e de Babá, hoje vereador no Rio de Janeiro, o Partido Socialismo e Liberdade, que em 2006, obteve a terceira maior votação na eleição à presidência da República, com a senadora Heloísa Helena [AL].

Leon Trotski

A sua tendência interna é o MES – Movimento da Esquerda Socialista. Trata-se da segunda maior força política do partido. De linhagem marxista, ela segue as orientações do revolucionário nascido em Yanovka, Ucrânia, Liev Davidovicht Bronstein, Leon Trotski.

Bastidores: o MES  é um racha de uma organização que era adepta das ideias do revolucionário argentino Nahuel Moreno, codinome de Hugo Miguel Bressano Capacete, nascido em 24 de abril de 1924, em Buenos Aires, no bairro de Juan Bautista Alberdi.

O jornalista Marcelo Godoy, de ‘O Estado de S. Paulo’,  relata com exclusividade em “A Casa da Vovó” [2015], que Nahuel Moreno teria sido preso no Brasil no ano turbulento de 1977, com a Liga Operária [LO] de José Maria de Almeida, mas acabou deportado para a Venezuela.

Nahuel Moreno

Fundador da corrente internacional trotskista Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional, uma das mais importantes do movimento trotskista mundial, da qual faz parte, hoje, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, o barulhento PSTU.

Nahuel Moreno, que havia organizado o MAS [Movimento ao Socialismo], na Argentina, até então o maior partido político de identidade trotskista, que teria atingido a marca de 15 mil militantes socialistas e revolucionários, morreu no ano de 1987.

– Mas a revolução faltou ao seu encontro. [Como diria Daniel Aarão Reis Filho].

O Movimento Esquerda Socialista é, hoje, observador da Quarta Internacional, central mundial da revolução fundada por Leon Trotski, em 1938, e é formada pelo NPA [Novo Partido Anticapitalista da França], assim como  pela fração Insurgência, do PSol, no Brasil.

Ramón Mercader

Líder da insurreição de outubro de 1917 na Rússia, Leon Trotski criou a oposição de esquerda em 1923, a oposição unificada em 19245, foi expulso do PCURSS em 1927, deportado da URSS em 1929, exilou-se no México em 1937 e assassinado em 21 de agosto de 1940.

Agente de Josef Stálin, que tomou o poder na URSS em 1924 após a morte de Vladimir Ilich Ulianov, Lênin, Ramón Mercader Del Río, filho de Dolores Del Río, uma cubana radicada na Espanha à época da guerra civil espanhola, o matou com um golpe de picareta [Piolet].

As histórias que se cruzam entre Leon Trotski e Ramón Mercader é narrada, em forma de romance, pelo escritor e jornalista cubano que mora em Havana e participará em julho da Feira Literária de Paraty [RJ], Leon Padura Fuentes, em “O Homem em amava os Cachorros”, Boitempo Editorial [2013], um dos liros prediletos de Dilma Rousseff Vana Linhares.

O PSOL em números

1 Senador do PSol: Randolfe Rodrigues

1 Deputado federal do PSol já foi expulso em 2015: Cabo Daciolo

1 Candidato a prefeito forte para 2016 é Marcelo Freixo, do Rio de Janeiro

4 Número de deputados federais – Chico Alencar, Jean Willys, Ivan Valente e Edmilson Rodrigues

3 Principais correntes: MES. CST e Insurgência

2 Número de aliados tradicionais: PSTU e PCB

1 Prefeitura de Capital – Macapá – Clécio Luís é o prefeito

“Ajuste fiscal deveria ser feito do outro lado, para atingir o capital!”

“Defendo a taxação das grandes fortunas no Brasil.”

“Não há nenhuma possibilidade de aliança política, estratégica e eleitoral com o PT!”

“Congresso Nacional não aprovou uma reforma política. Longe disso”

Presidente nacional: Luís Araújo

Presidente em Goiás: Reinaldo Pantaleão

Presidente em Goiânia: Fernando Leite

Fonte: PSol Goiás