Política

Lula cresce na classe média

Diário da Manhã

Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 02:03 | Atualizado há 4 meses

O ex-presidente Lula (PT) confirma a alcunha feita por alguns adversários de que se comporta como fermento jogado sobre massa de pão: “quanto mais batem, mais cresce”. Levanta­mento feito pelo instituto Datafolha, publicado ontem na Folha de S.Pau­lo, mostra que, mesmo após a con­denação no Tribunal Regional da Quarta Região em Porto Alegre (RS), ele poderia vencer as eleições no primeiro turno. Lula derrota todos os adversários nas simulações de primeiro turno, e mostra um peque­no avanço em prognósticos para um eventual segundo turno. Outra análise feita em relação aos núme­ros revela que Lula avança na classe média, tem mais votos na classe alta do que o deputado federal Jair Bol­sonaro (PSC-RJ), além não ter tido aumento na rejeição.

Sem Lula na disputa, crescem os índices de Ciro Gomes e Marina Sil­va. O ex-capitão Jair Bolsonaro pra­ticamente fica onde está. Bolsona­ro não murchou, e o apresentador Luciano Huck repetiu os índices pí­fios da pesquisa anterior. Segundo o diretor do Datafolha, Marcos Pau­lino, sem a presença de Lula nas eleições, os “sem-candidato” che­gam à maior proporção da histó­ria e tornam os 44% que admitem votar em um candidato apoiado por Lula (27% certamente e 17% possivelmente) num capital elei­toral que nenhum dos outros can­didatos nem de longe têm. A Data­folha tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Instituto ouviu 2.826 eleitores entre 29 e 30 de janeiro.

1º TURNO

Pouco ou nada se alterou na pre­ferência da maioria dos eleitores por Lula, que segue vencendo de “dois para um” ou mais a qualquer ad­versário. O ex-presidente vai de 34% a 37%, dependendo do cenário, o mesmo que tinha antes. No cená­rio onde disputa com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), com o governador de São Paulo, Geral­do Alckmin (PSDB), e com o ex-mi­nistro Ciro Gomes (PDT), o ex-presi­dente Lula tem 37%, Bolsonaro 16%, Alckmin 7%, Ciro 7%, o ex-ministro Joaquim Barbosa, 5%, o senador Al­varo Dias (Podemos ) 4%, e o ex-pre­sidente Fernando Collor (PTC), 2%.

Quando é incluído o apresen­tador Luciano Hulk e também a ex-ministra Marina Silva (Rede), Lula fica com 35%, Bolsonaro 16%, Marina, 8%, Alckmin, 6%, Hulck, 6%, Ciro, 6%, Alvaro, 3%, Collor 1%. A ex-deputada Manue­la D´Avila (PCdoB), 1% e o minis­tro Henrique Meirelles (PSD), 1%. Lula tinha os seguintes números, por região, no final de novembro de 2017: Sudeste 27, Sul 27, Nor­deste 58, Centro-Oeste 34 e Norte 43. Na última pesquisa, de final de janeiro, os números de Lula pas­saram para: Sudeste 28, Sul 23, Nordeste 58, Centro-Oeste 27 e Norte 46. Ou seja, Lula ganhou 1 ponto no Sudeste e 3 pontos no Norte, mas perdeu 4 pontos no Sul e 7 pontos no Centro-Oeste.

SEGUNDO TURNO

Foram feitas três simulações com Lula e três sem o ex-presidente. Na primeira, Lula 49% X Alckmin 30%; a segunda, Lula 49% X Bolsonaro 32; depois Marina 42% x Bolsona­ro 32%, outra com Lula 47% X Ma­rina 32%; a quinta simulação com Alckmin 34% X Ciro 32% e a sex­ta, Alckmin 35% X Bolsonaro 33%.

BOLSONARO

O jornalista Miguel do Rosário, do site O Cafezinho, analisou a pes­quisa e tirou algumas conclusões. A primeira delas é de que o voto em Bolsonaro é muito desequili­brado. Ele tem apenas 10% do voto das mulheres, enquanto Lula tem 38% do voto feminino. Ele observa que o núcleo duro do eleitorado de Bolsonaro é o homem até 24 anos; neste perfil, ele tem 25% dos votos. Mas Lula também é muito forte nes­sa faixa, onde lidera isoladamente, com 38%. No quesito idade, o voto em Bolsonaro é igualmente irregu­lar, ao contrário de Lula, que é forte em todas as faixas etárias. Bolsona­ro cai muito entre pessoas mais ve­lhas: tem 8% apenas entre eleitores com mais de 60 anos; contra 35% de Lula. Bolsonaro perdeu dois pontos em relação à pesquisa anterior, de 18 para 16 pontos, na estimulada. Lula se manteve com 37.

CLASSE MÉDIA

O ex-presidente Lula avançou al­guns pontos no eleitorado de clas­se média, classe alta e entre os que têm curso superior. Por outro lado, o deputado Jair Bolsonaro perdeu eleitores de alta renda. Na pesqui­sa Datafolha anterior, do final de no­vembro, Lula tinha apenas 15% dos votos entre eleitores que ganham mais de 10 salários. Perdia para Bol­sonaro, que tinha 23 pontos. Ago­ra, depois da condenação em se­gunda instância, Lula avançou 6 pontos nessa faixa e lidera com 21; Bolsonaro perdeu 3 pontos e ago­ra tem 20, ficando em segundo lu­gar. Lula passou a liderar também no eleitorado com ensino superior, onde agora tem 23 pontos, contra 22 de Bolsonaro. Na pesquisa ante­rior, Lula perdia de Bolsonaro nes­sa faixa de escolaridade por 19 X 22.

REJEIÇÃO

Os números de rejeição não so­freram mudanças significativas. Lula e Bolsonaro oscilaram sutil­mente aqui e ali. Mesmo após ter sido exposto impiedosamente nas tevês, rádios, jornais, revistas, inter­net como condenado pelo TRF-F, Lula oscilou de 39% para 40% e Bol­sonaro registrou 29% de rejeição.

 


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