Lula defende maior compromisso com países em desenvolvimento
Redação DM
Publicado em 8 de junho de 2025 às 16:36 | Atualizado há 2 horas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou, durante o Fórum de Economia e Finanças Azuis em Mônaco, a diminuição da assistência financeira destinada a apoiar países em desenvolvimento. Em sua fala, Lula destacou que, enquanto a Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD) caiu 7% em 2024, as despesas militares aumentaram em 9,4%, evidenciando a falta de prioridade dada ao desenvolvimento social e econômico.
Prioridade ao desenvolvimento
“Isso demonstra que o que falta não é dinheiro, mas sim disposição política para investir”, afirmou o presidente. Ele argumentou que a situação atual é um reflexo de uma crise crônica na alocação de recursos por parte das nações mais ricas. Segundo Lula, é necessário um compromisso renovado com iniciativas que visem a erradicação da pobreza e o desenvolvimento sustentável.
A AOD, que é um mecanismo essencial para combater a pobreza e promover o bem-estar social, inclui financiamentos, empréstimos e doações. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), essas ajudas são fundamentais para que os países em desenvolvimento alcancem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Economia azul em foco
Durante o foro, Lula também sublinhou a importância da economia azul, que abrange as atividades econômicas relacionadas ao mar. Ele enfatizou que os oceanos não recebem a atenção que merecem, sendo responsáveis por uma geração econômica anual de US$ 2,6 trilhões. “Se o oceano fosse um país, estaria entre as cinco maiores economias do mundo”, disse.
O presidente alertou que o ODS 14, que se refere à conservação do oceano, é um dos menos financiados dentre todos os objetivos da Agenda 2030. Ele ressaltou que a implementação completa desse objetivo requer um investimento anual de US$ 150 bilhões, quantia que ainda está longe de ser alcançada.
Além disso, ele abordou a necessidade de um tratado vinculante para acabar com a poluição marinha, com ênfase na redução das emissões de carbono na navegação até 2050. Lula reforçou que a proteção dos oceanos é vital não apenas para o meio ambiente, mas também para as economias dos países em desenvolvimento.
Como parte da sua visita à França, Lula se comprometeu a buscar um novo paradigma de cooperação internacional que priorize o financiamento sustentável e a desburocratização do acesso aos recursos, chamando a atenção para o papel crucial das instituições financeiras internacionais.