Maguito, Baldy e Vanderlan discutem aliança MDB/PP
Redação DM
Publicado em 26 de abril de 2018 às 03:13 | Atualizado há 7 meses
As conversas entre MDB e PP continuam. Após o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, admitir em entrevista ao DM que os dois partidos podem marchar juntos em Goiás, as conversas fluíram. Na última terça-feira, os principais lideres do MDB e PP se reuniram para um café-da-manhã na casa do ex-prefeito Vanderlan Cardoso. Na mesa sentaram-se o anfitrião, o ex-prefeito Maguito Vilela, o ministro Alexandre Baldy e pré-candidatos a deputado pelo PP. O ponto em comum que une os dois partidos é o apoio ao governo do presidente Michel Temer (MDB-SP). O interesse do Palácio do Planalto é promover a reeleição de Temer, e para isto trabalha para que os partidos que compõe a sua base de sustentação (MDB, PP, PSD, PTB, PSDB) caminhem juntos também nos Estados.
Em Goiás o caminho natural do PP é aliança com o Palácio das Esmeraldas. Desde 1998 o PP dá sustentação aos governos do PSDB, ao mesmo tempo em que governou o Estado, em aliança com o PSDB, com a eleição de Alcides Rodrigues em 2006. Mas cada eleição tem uma história, e os acordos feitos no passado podem não se sustentar nos tempos de hoje.
Em entrevista ao site Diário de Goiás para jornalista Melissa Calaça, o ex-prefeito Maguito Vilela definiu o encontro como “uma conversa entre amigos, bate papo sobre o quadro geral da política brasileira e goiana. Essa é uma fase mesmo de conversações.” Sobre as possibilidades reais de uma aliança entre MDB e PP, foi pragmático: “Em política sempre tem a possibilidade de alianças, mas não tem nada de concreto. Foi apenas uma conversa”.
Para Maguito o quadro político está indefinido em Goiás e no País. De fato, nenhum candidato está com a chapa majoritária completa. O governador José Eliton (PSDB) tem a indicação da senadora Lúcia Vânia (PSB) como candidata à reeleição e a provável candidatura do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) ao Senado, o vice porém ainda não foi definido. O senador Ronaldo Caiado (DEM) acertou a reeleição do senador Wilder Morais (DEM), mas não tem nomes para compor a vice e a outra vaga de senador. Daniel Vilela (MDB) tem dois pré-candidatos ao senado–o deputado federal Pedro Chaves e o ex-secretário Agenor Mariano, ambos do MDB – , mas a ideia é atrair nomes do PP e do PSD para compor sua chapa.
LUANA BALDY
Baldy, que já lançou sua esposa, Luana Baldy como pré-candidata ao Senado, admitiu, durante a reunião, que o seu nome também está à disposição na chapa de Daniel Vilela. Para o emedebista, esta seria uma boa oportunidade, pois levaria o tempo do PP para sua campanha de rádio e televisão, além de reforçar a chapa proporcional de sua campanha. Mas, como ponderou o próprio Maguito, estas definições só serão confirmadas no período das convenções.
Os emedebistas ainda têm expectativa numa possível aliança com o PSD do ex-deputado Vilmar Rocha. Levando-se em conta os interesses do Palácio do Planalto, esta seria uma coligação viável, ainda mais que o presidente da legenda, é crítico da candidatura do governador José Eliton. Vilmar é pré-candidato ao Senado, e assim como Wilder Morais, não tem vaga na chapa governista. O caminho natural para Vilmar, se quiser manter sua postulação, é um acordo com o MDB, uma vez que pessoalmente ele têm restrições à aliança com Ronaldo Caiado. Mas nada pode ser descartado em política. Tanto Vilmar Rocha, quanto Luana Baldy podem ser contemplados pela Casa Verde com a primeira suplência nas chapas de Marconi Perillo e Lúcia Vânia, e aí, desta forma, tanto Daniel, quanto Caiado ficariam a ver navios.
PESQUISAS
Aspesquisaseleitoraisdeagorafavorecem a candidatura de Ronaldo Caiado. O tempo corre ao seu favor, enquanto governo e MDB não acertarem suas estratégias políticas. A disputa para formaçãodas chapas majoritárias tem ainda outro complicador chamadoDemóstenesTorres. Filiado ao PTB, o ex-senador pressiona para formar com Marconi Perillo a dobradinha no Senado. Se o movimento de Demóstenes der certo, a saída de Lucia Vânia da base situacionista é dada como certa, e não se descarta nem uma composição do PSB como o MDB, tanto quanto com o DEM.
A pré-campanha se desenrola num clima de completa indefinição, na qual nenhum candidato pode dizer que ganhou, e nenhum pode dizer que já perdeu. A melhor conclusão para este período está nos versos do poeta Cazuza: “Mas sevocêacharqueeutôderrotado, saiba que ainda estão rolando os dados, porque o tempo, o tempo não para”.