Política

Major Vitor Hugo descarta cargos em Governo

Diário da Manhã

Publicado em 20 de outubro de 2018 às 23:37 | Atualizado há 7 anos

Foi, provavelmente, a cam­panha mais barata para depu­tado federal em Goiás. Major Vitor Hugo, do PSL, gastou me­nos de 100 reais. Uma parte disso veio do seu próprio bolso; a ou­tra, dos amigos. Nenhum centa­vo do Fundo Partidário. Ele tam­bém não teve tempo de TV nem de Rádio, já que o presidente do PSL em Goiás, o Delegado Val­dir, usou-o todo para si.

Vitor gastou sola de sapato e borracha de pneu. Andou por todo o estado de Goiás conver­sando com as pessoas. Ex-ofi­cial do Exército Brasileiro, Vitor Hugo procurou seus camaradas de farda em todo o Estado. Além de votos dos soldados e oficiais do Exército, ele teve votos dos bombeiros militares e também de gente da polícia militar.

Com pouco mais de 30 mil votos, é claro que ele foi favore­cido pela votação estupenda do de­legado Valdir, o campeão de votos, mais uma vez, da disputa regional. Mas Vitor tem planos diferentes do seu colega delegado. Por exemplo: ele não se insinua ministrável, ain­da que tenha qualificação para o exercício de qualquer cargo pú­blico: além de oficial co EB com curso de Estado Maior, Vitor Hugo é bacharel em direito e advogado inscrito na OAB-GO e funcionário concursado da Câmara Federal, atuando como assessor da Comis­são de Defesa Nacional. “Eu que­ro exercer bem o meu mandato, e não tenho interesse em cargos no governo federal em caso de vitória do nosso candidato Bolsonaro”, diz ele. ´”E claro que, se for chamado, vou considerar o convite, mas não é meu objetivo”, explica.

De fato, se fosse o caso de querer ser ministro, num hipotético gover­no Bolsonaro, ele teria o melhor de todos os padrinhos: o póprio Bolso­naro. Vitor foi descoberto por Bolso­naro quando o deputado, um dia, foi à assessoria da Comissão de Defesa Nacional encomendar um projeto de lei contra o terrorismo. E soube que o assessor fora major, instrutor de paraquedismo, e mem­bro das forças especiais aquartela­das em Goiânia. Convidou-o a filiar­-se ao seu partido e pediu a ele que fosse candidato a deputado federal, “para nos ajudar”. Na sequência, Vi­tor foi conduzido à comissão nacio­nal executiva do PSL.

Militar de formação, conserva­dor por formação, democrata e le­galista por convicção filosófica, o major descobriu sua vocação polí­tica atuando na Câmara, vendo os políticos em ação. Deixou o Exér­cito por questões de ordem fami­liar. Abraçou a política, segundo afirma, “pelo desejo se servir ao meu estado e ao meu país como legislador”. “Já comecei o planeja­mento estratégico do meu man­dato. Gostaria de integrar a Co­missão de Constituição de Justiça, a Comissão de Defesa Nacional e a Comissão de Segurança Pú­blica”, anuncia. Ele diz que já tem esboçado vários projetos de lei que vai propor. Um de­les, o projeto de lei anti­-terrorismo que redi­giu para Bolsonaro propôr, mas que deverá ser arqui­vado em virtude de Bolsonaro não voltar mais à Câmara, seja qual for o resul­tado da eleição.

Vitor Hugo diz ao Diário da Manhã que seu critério de apre­sentação de emendas orçamentá­rias estará baseado na necessidade social, e não terá caráter eleitoreiro. “Quero destinar recursos para as instalações do Exército em Goiás, para os bombeiros, e, também, para ações desenvolvimentistas no Nor­deste goiano, em razão de ser uma região muito carente”, garante.

Embora tenha atuado em favor da candidatura de Ronaldo Caia­do, Vitor Hugo também pensa em ocupar cargo no governo Estadual. “Para mim, está fora de cogitação, minha prioridade é a Câmara Fede­ral, é representar bem não só os que me elegeram e deram votos ao nosso candidato presiden­cial, mas a todos os cida­dãos goianos”, afirma.

Representar bem para Vitor Hugo significa, diz ele, estar aberto a suges­tões e contribuições. Ele quer debater seus pro­jetos com toda a socie­dade, sem discriminação. Não quer ser um depu­tado provinciano, preocupado apenas com as demandas pa­roquiais. “Quero intervir em to­dos os debates dos grandes te­mas nacionais, para servir não só Goiás mas também o Brasil”, diz.

Ele anuncia ao Diário da Ma­nhã sua primeira providência assim que for diplomado. “Vou escrever a todos os militares bra­sileiros em missão no exterior, do simples soldado ao mais gra­duado oficial, para dizer-lhes que eles têm um irmão no Congres­so que se preocupa com ele, que pensa neles, porque quando ser­vi no exterior, na Cos­ta do Marfim, África, eu sen­ti o peso da solidão e de quatro malárias contraídas durante a missão”, diz

 

 



Quero destinar recursos para as instalações do Exército em Goiás, para os bombeiros, e, também, para ações “desenvolvimentistas no Nordeste goiano, em razão de ser uma região muito carente”

Tags

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias