Marconi e Maguito: diálogo entre adversários
Redação DM
Publicado em 12 de novembro de 2016 às 02:20 | Atualizado há 8 anosA troca de elogios em duas solenidades, este mês, em Aparecida de Goiânia, entre o governador Marconi Perillo (PSDB) e o ex-governador e prefeito da cidade, Maguito Vilela (PMDB), revela que governantes, mesmo pertencentes a partidos diferentes, podem conviver de forma pacífica e respeitosa.
Desde que tomou posse no cargo de prefeito de Aparecida de Goiânia, em janeiro de 2009, Maguito Vilela deixou claro que não misturaria os interesses de sua administração com as questões político-partidárias.
E a partir daí, por longo oito anos (que se completam em 31 de dezembro próximo), Maguito Vilela teve um relacionamento “republicano” com Marconi Perillo, mesmo ambos pertencendo a partidos rivais no Estado: o PMDB e o PSDB. No PMDB, não faltaram vozes para criticar a posição de Maguito Vilela de manter diálogo com o Palácio das Esmeraldas. Mas o prefeito não cedeu às pressões, seguiu adiante e estabeleceu parcerias administrativas com o governo de Goiás. E as obras, resultantes desse entendimento, foram construídas em Aparecida de Goiânia. Restaurante Cidadão, duplicação da GO-040, Credeq, Instituto Médico-Legal, iluminação pública, redes de água e saneamento básico, entre outras.
No próprio PSDB, existiam lideranças, principalmente na Assembleia Legislativa, que demoraram em assimilar o “estilo e as atitudes” implementadas pelo governador e pelo prefeito. Muitos diziam que Marconi estava “oxigenando” um adversário político, esquecendo-se de que ambos buscavam priorizar os interesses da população de Aparecida de Goiânia, desprezando as diferenças político-partidárias.
Desde o início, o governador tucano Marconi Perillo abriu as portas do Palácio das Esmeraldas ao prefeito peemedebista Maguito Vilela. Dezenas de vezes o prefeito compareceu a eventos na sede do poder estadual e assinou convênios, recebeu recursos e garantiu obras para Aparecida de Goiânia. “Governo não faz oposição a governo”, repetia Marconi Perillo.
Na abertura do programa “Governo Junto de Você”, semana passada, em Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela reconheceu a importância das parcerias com o governo estadual. “Marconi, durante os oito anos que estive à frente da prefeitura, foi justo com a cidade”.
Na mesma solenidade, o governador deixou claro que os demais prefeitos deveriam seguir o exemplo de Maguito Vilela. “Fiquei feliz em ver Maguito separar as questões administrativas dos interesses políticos e partidários. Agimos juntos em prol do desenvolvimento de Aparecida de Goiânia.”
Nas pegadas de Maguito, prefeitos atuais e eleitos do PMDB e de outros partidos de oposição concordam que o entendimento deve ser mantido com o Palácio das Esmeraldas, em prol dos municípios goianos. “Quem radicaliza, permanece no palanque quatro anos, não pensa e não trabalha em função da gestão, fracassa”, diz o prefeito de Aparecida de Goiânia.
Tanto Marconi quanto Maguito possuem trajetórias políticas vitoriosas: o tucano foi deputado estadual, federal, senador e quatro vezes governador; o peemedebista exerceu mandatos de vereador, deputado estadual, federal, vice-governador, senador, governador e duas vezes prefeito de Aparecida de Goiânia.
Exemplos
O próprio governador Marconi Perillo manteve boa convivência pessoal e relação administrativa com a presidente Dilma Rousseff (PT), o que resultou em benefícios para o Estado de Goiás. Recursos federais foram transferidos para o Estado, principalmente para a recuperação e pavimentação de rodovias. “Sempre tive o maior respeito pela presidente Dilma Rousseff. A recebi aqui em Goiás inúmeras vezes, porque eu colocava as questões de governo acima das motivações partidárias”.
O prefeito Maguito Vilela também estabeleceu parcerias administrativas com os governos Lula e Dilma e Aparecida de Goiânia conquistou obras nas áreas de infraestrutura, por exemplo. “Sou do PMDB e sempre convivi bem com os governos federais do PT e do PSDB, pois os interesses de Goiás e de Aparecida de Goiânia estiveram acima das divergências partidárias”.