Marconi: “Prisão do presidente do PSDB foi desnecessária”
Redação DM
Publicado em 28 de agosto de 2016 às 01:02 | Atualizado há 9 anosAs prisões do presidente do diretório regional do PSDB de Goiás, Afrêni Gonçalves Leite, e do presidente da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), José Taveira Rocha, são desnecessárias, disse, na última sexta-feira, o governador Marconi Perillo. O tucano frisou que não existem provas de envolvimento direto do nome dele e nem do governo do Estado no desvio de recursos da empresa estatal goiana.
“Não há uma vírgula, um centavo que possa estabelecer um nexo entre o governo de Goiás, a campanha do PSDB de Goiás e recursos da Saneago”, disse Perillo ao sair de reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em Brasília.
O governador descartou a possibilidade de que as investigações cheguem até ele ou a diretores da Saneago. “Não estou sendo acusado de nada e não há nada chegando perto de mim. Não há nenhuma possibilidade, nem [que as investigações cheguem] aos diretores da Saneago”, rebateu o governador, ao ser questionado se as investigações da Operação Decantação, da Polícia Federal, estariam se aproximando dele.
O governador afirmou que não existir “qualquer relação entre o governo de Goiás com as campanhas do PSDB, envolvendo recursos da Saneago. “Não há qualquer nexo entre o governo de Goiás ou as campanhas do PSDB com recursos da Saneago. Zero, zero.”
De acordo com Perillo, os acusados poderiam ter prestado esclarecimentos à Polícia Federal sem terem sido presos. “Eles não precisavam nem estar presos. Bastava chamá-los para prestarem depoimentos para serem indagados em relação àqueles fatos. Não vejo nenhum fato que possa suscitar essa possibilidade. As prisões foram desnecessárias”, disse.
Deflagrada na quarta-feira (24), a Operação Decantação, da Polícia Federal, prendeu, em caráter temporário, os presidentes do PSDB-GO, da Saneago e mais duas pessoas. A operação também cumpriu 11 mandados de prisão preventiva. Feita em parceria com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle e o Ministério Público Federal, a operação investiga o desvio de R$ 4,5 milhões da estatal goiana.
Segundo a Polícia Federal, os recursos desviados são do Programa de Aceleração do Crescimento e de financiamentos do BNDES e da Caixa Econômica Federal e eram usados para pagamento de propinas e dívidas de campanhas políticas. A investigação apontou fraudes em licitações de obras de saneamento em Goiás, por meio de uma empresa de consultoria contratada pela Saneago que favorecia a contratação de empresas responsáveis por doações eleitorais.
Marconi participou de uma reunião entre governadores do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste com o ministro da Fazenda para discutir medidas de ajuda às três regiões. Os governadores discutiram a concessão de garantia para os Estados buscarem operações de crédito no sistema financeiro nacional e em organismos multilaterais e o pagamento do ressarcimento das perdas com as exportações. A equipe econômica, no entanto, não respondeu ao pedido de uma ajuda emergencial pedida pelos governadores do Norte e do Nordeste, nos moldes do aporte de R$ 2,9 bilhões recebido pelo Rio de Janeiro em junho.
Suspensão
O governo de Goiás anunciou, também na sexta-feira, a suspensão da entrega de mais de 64 mil cartões do Renda Cidadã em todo o Estado. A decisão da gestão do governador Marconi Perillo (PSDB) atende a uma recomendação da Procuradoria Regional Eleitoral em Goiás (PRE-GO), que solicitou a suspensão imediata da realização de caravana pelos municípios goianos, para a realização de eventos de lançamento e entrega de cartões do “Novo Programa Renda Cidadã” – anunciada no dia 13 de agosto. Naquela data, o governo goiano anunciou que visitaria 49 dos maiores municípios goianos para a entrega de 64 mil cartões do programa, entre os dias 26 de agosto e 1º de setembro.
Confira a nota
“Em atendimento à recomendação da Procuradoria Regional Eleitoral em Goiás, o governo de Goiás decidiu suspender a entrega dos cartões do Programa Renda Cidadã. A medida foi tomada mesmo diante do fato de a administração estadual ainda não ter sido notificada oficialmente da recomendação e de o Renda Cidadã existir desde o ano 2000. Governo de Goiás”.