Ministro defende garantias individuais para servidores
Redação DM
Publicado em 17 de março de 2018 às 01:09 | Atualizado há 7 anos
O ministro Napoleão Nunes Maia Filho, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), defendeu, ontem, em Goiânia, o fortalecimento das garantias individuais em todas as instâncias judiciais e, em especial, para servidores públicos enfrentando processos disciplinares.
Durante palestra do curso Processo Administrativo Disciplinar (PAD), promovido pelo Instituto Leopoldo de Bulhões, do Tribunal de Contas do Estado, em parceria com a Fórum Conhecimento Jurídico, Napoleão propôs um modelo em que a comissão processante adote uma postura judicial, permitindo que a parte produza sua defesa sem empecilhos.
ADMINISTRAÇÃO
Para o ministro, que também é membro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o processo deve ter um trâmite similar ao judicial, garantindo a presunção da inocência, ampla defesa, direito de não se acusar, ao silêncio, de recurso e de pena na proporção à transgressão. Napoleão entende que a administração não é preparada para julgar, mas para ter resolutividade nas suas ações. “Quem vive esta função no seu dia a dia é o Judiciário, daí a necessidade de se agir como juíz em um processo disciplinar, com a necessária distância e isenção das partes em conflito”, disse.
O outro palestrante do curso foi o subprocurador-geral do Distrito Federal, Antônio Carlos Alencar Carvalho, que abordou as penas máximas no Processo Administrativo Disciplinar. Adotando uma postura similar à do ministro Napoleão, ele ponderou que a lei muitas vezes não é suficiente para proteger os direitos fundamentais da pessoa humana. “O legislador não tem como adentrar nas situações concretas, individuais”, afirmou.
Antônio Carlos entende que a pena máxima, normalmente a demissão, a cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, tem consequências gravíssimas à vida da pessoa e cabe ao julgador avaliar as circunstâncias de cada caso concreto e se o direito do indivíduo se esgota na mera aplicação estrita da lei.