Moraes baseia decisão contra Bolsonaro em postagens e não detalha risco de fuga
Redação Online
Publicado em 18 de julho de 2025 às 14:30 | Atualizado há 4 horas
O ministro Alexandre de Moraes fundamentou a decisão que impôs tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro em publicações do ex-presidente, de seu filho Eduardo Bolsonaro e do presidente americano Donald Trump. As postagens constam nos pedidos da PF e da PGR que embasaram a operação desta sexta-feira (18/07).
Eduardo Bolsonaro afirmou em redes sociais que negociou com o governo dos EUA sobre possíveis sanções ao Brasil e ao ministro Moraes. A PGR classificou essas declarações como “manifesto tom intimidatório” contra agentes públicos e membros do Judiciário.
A decisão menciona “indicativos da concreta possibilidade de fuga do réu”, mas não apresenta provas além das postagens e entrevistas públicas. A representação da PF destacou que Eduardo passou a publicar conteúdos em inglês com “intuito de alcançar o público estrangeiro”.
Moraes citou a tarifa de 50% imposta por Trump a produtos brasileiros como tentativa de “extorsão” contra a Justiça brasileira. O ministro afirmou que as ações de Bolsonaro e seu filho configuram “atos hostis ao Brasil” e tentativa de submeter o STF aos EUA. Além da tornozeleira, Bolsonaro enfrenta toque de recolher noturno e nos fins de semana, além de proibição de contato com outros investigados e representantes de embaixadas. O ex-presidente classificou as medidas como “suprema humilhação”.
“O inquérito do golpe é político. Nada de concreto existe ali”, declarou o ex-presidente diante da sede da PF em Brasília. Ele ressaltou sua condição de ex-chefe de Estado e sua idade (70 anos) como fatores que desmentiriam qualquer risco de fuga.
Foto: Pedro Ladeira/ Folhapress