‘Não podemos votar em qualquer tranqueira’, diz Lula em evento
DM Online
Publicado em 28 de maio de 2025 às 22:50 | Atualizado há 1 dia
O presidente Lula (PT) aproveitou uma cerimônia de assinatura de obras ligadas à transposição do rio São Francisco, em Pernambuco, para apontar a paralisia do governo federal passado e dar um recado sobre as eleições do próximo ano.
“A gente não pode votar em qualquer tranqueira para governar este país”, disse ele, que cumpre duas agendas no Nordeste nesta quarta-feira (28).
“O compromisso que vocês têm que ter não é comigo, é com os filhos de vocês, é com os netos de vocês, é com os pais de vocês. A gente não pode votar em qualquer tranqueira para governar esse país. É preciso votar em gente que tem compromisso, que tem dignidade”, disse o presidente.
“Porque esse país não pode mais sofrer o retrocesso que nós sofremos nos últimos seis anos”, completou o presidente, antes de citar números de obras de casas e creches que teriam ficado paralisadas no período do antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
Sem citar o nome do ex-presidente, Lula falou que o governo passado “ficou quatro anos mentindo para o povo, fazendo fake news, até contra Covid”.
Em Pernambuco, Lula participou da assinatura da ordem de serviço, no valor de R$ 491,3 milhões, para duplicar a capacidade de bombeamento de água no eixo norte do Projeto de Integração do São Francisco, nas estações de bombeamento que ficam nas cidades de Cabrobó, Terra Nova e Salgueiro.
O avião do presidente pousou pela manhã em Juazeiro do Norte (CE), onde Lula foi recebido pelo governador do Ceará Elmano de Freitas (PT) e pela governadora de Pernambuco Raquel Lyra (PSD). Depois o petista seguiu de helicóptero para Salgueiro (PE), onde ocorreu a cerimônia de assinatura da ordem de serviço.
Segundo o governo federal, a obra no eixo norte amplia a capacidade de 24,75 metros cúbicos por segundo para 49 e beneficia 237 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A obra deve ser concluída em janeiro de 2028.
Em seu discurso, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, falou sobre o impacto da obra de transposição para a população, iniciada no primeiro mandato de Lula. “Em 2023, quando assumimos, nós encontramos a transposição praticamente parada”, disse ele, em referência ao governo anterior.
O governo passado também recebeu críticas do ministro Rui Costa (PT). “Ao invés de acolher e conversar com governadores e prefeitos, ele [Bolsonaro] perseguia, paralisava obras. Lula retomou o diálogo e o entendimento, independente de partido político”, disse o chefe da Casa Civil, em seu discurso.
“Sobre o Nordeste, a história pode se dividir entre antes de Lula e depois de Lula”, exaltou Costa.
O governador Elmano de Freitas também enalteceu o presidente Lula ao lembrar que a obra de transposição do rio “se falava há séculos”, mas “precisou um filho do sertão de Pernambuco para tirar a obra do papel”.
Rachel Lyra endossou a importância da obra e reagiu a algumas vaias da plateia.
“Tem muito mais coisa que nos une aqui nesse palanque do que nos separa e o que nos une é o amor pelo nosso estado. Época de eleição é época da eleição. Agora é tempo de união para fazer nosso estado crescer, mas não deixar ninguém para trás e, para isso, presidente, a gente precisa sempre do senhor”, disse ela.
Depois da agenda em Pernambuco, Lula segue para a Paraíba, onde participa da inauguração do trecho 1 do Ramal do Apodi, no município de Cachoeira dos Índios. Com 115,5 km de extensão, a estrutura liga a Barragem Caiçara (PB) à Barragem Angicos (RN).
A obra, iniciada em 2021, tem entrega prevista para outubro de 2026. O investimento é de R$ 1,45 bilhão. Segundo o governo federal, o ramal atenderá cerca de 750 mil pessoas em 54 municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte.