Nelto questiona ações do governo Marconi
Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 01:15 | Atualizado há 7 anosEm discurso no plenário da Assembleia Legislativa, na reabertura dos trabalhos da Casa, o líder da oposição, deputado José Nelto (PMDB), falou diretamente ao governador Marconi Perillo (PSDB) e ao vice José Eliton (PSDB). Nelto repetiu três vezes que “o poder é político, a autoridade é moral”, e que “acabou em Goiás e no mundo a era da corrupção, da mordomia e da ostentação”.
Denunciou o deputado do MDB: “Em nome da democracia e dos direitos humanos, quero mostrar duas ações recentes do governo de Goiás que mostram seu viés autoritário. Primeiro, perseguiu o sargento Alison Maia, opositor do DEM que foi candidato a prefeito em Caldas Novas, transferindo-o para Iporá. A segunda perseguição ocorreu quando o vice-prefeito de Palmeiras, Ailton Terra, que deixou o PSDB e se filiou ao DEM e teve seu comércio invadido pelo Fisco do Estado de Goiás, juntamente com o aparato de segurança pública, de uma forma truculenta.
Em seu discurso, o peemedebista apontou que “há atualmente em Goiás um verdadeiro desrespeito aos servidores públicos. Eles passaram a conviver com salários atrasados e constantes ameaças. Os adicionais de insalubridade e periculosidade foram reduzidos a quase zero. A previdência dos servidores foi alterada para pior, sem contar a constante ameaça de perda da licença-prêmio e do quinquênio. Além disso, não tiveram um direito legal respeitado – a reposição salarial pela data-base”.
Prosseguindo, afirmou o deputado que “com um déficit bilionário nas contas do Estado, o governador decidiu punir o cidadão goiano o quanto pôde. As tarifas de água e energia foram reajustadas em mais de 100% desde 2015. O governo também aumentou o ICMS da gasolina para 31%, sendo agora o segundo mais alto do Brasil, e também chegou a dobrar o imposto de transferência de herança e doação, o chamado imposto das viúvas. Só recuou depois de pressão da oposição”.
“Com atendimento precário, o Detran de Goiás protagonizou outra punhalada nos goianos”, afirmou o parlamentar. Aumentou os valores das taxas e tentou a todo custo obrigar os goianos a pagar R$ 210 pelo chip na placa. O Estado de Goiás tem hoje a carga tributária mais alta do Brasil”, disse o oposicionista. “Educação, saúde, segurança pública, rodovias, aumento da água, luz e gasolina, um verdadeiro festival de aumento de todos os impostos, até mesmo o ICMS de produtos da cesta básica, punindo as camadas mais carentes da população”, enfatizou o líder do PMDB.
Nelto foi além: disse que o governo Marconi-José Eliton “aumenta impostos, corta direitos, mas se recusa a cortar gastos supérfluos. Nos últimos três anos, foram 28 viagens internacionais luxuosas, sendo uma delas secreta, em junho de 2015, algo ilegal. Foram gastos nesses 3 anos mais de R$ 90 milhões com shows caríssimos, acima do valor do mercado. Sem contar os mais de R$ 300 milhões com publicidade em apenas 36 meses.”
“Falta dinheiro para tudo, mas não falta para publicidade, shows, mordomias e viagens internacionais. Também não falta dinheiro para asfaltar certas rodovias, como a que passa dentro da fazenda do vice José Eliton. O governador Marconi Perillo garantiu na campanha eleitoral que Goiás não perderia a Celg. Mal o ano começou e o tucano colocou a estatal à venda, que foi concretizada em 2016. Esta semana foi anunciado que a Saneago vai vender 25% de suas ações, novamente a preço de banana”, apontou.
Nelto referiu-se também ao que chamou de “situação calamitosa da educação, da saúde e da segurança pública em Goiás”. Disse: “Há, em Goiás, uma falsa propaganda de que as Organizações Sociais, as chamadas OSs, revolucionaram o atendimento à saúde pública. É uma inverdade repetida à exaustão. Agora, vão estender as OS para a área da educação. Os professores são massacrados em Goiás. Já se retirou a gratificação por titularidade deles, desde 2012. Agora estão acabando com os concursos públicos e enterrando de vez a carreira de professor. No campo da segurança pública, talvez nosso principal problema, este foi infelizmente mais um ano marcante na área. Os últimos oito anos entraram para a história como os oito anos mais violentos da história de Goiás. Quem diz é o Mapa da Violência, que sempre coloca Goiás entre os cinco mais violentos do Brasil. Na época dos governos do PMDB, era o 19º mais violento”, pontuou.
Falando diretamente ao governador, disse o deputado: “O legado da segurança pública que seu governo e o do ex-secretário José Eliton vão deixar para o sucessor é muito ruim: os piores índices do Brasil e os piores salários do Brasil, com vários policiais ganhando R$ 1500 brutos e R$ 1100 líquidos, sendo obrigados a dormir em delegacias.