Nordeste goiano contemplado com projeto de fruticultura irrigada
Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2023 às 15:19 | Atualizado há 2 anos
O governador Ronaldo Caiado tem procurado novos modelos de incentivo da produção rural que envolva agricultores familiares e cooperativas. Inspirado no sistema de irrigação adotado por Pernambuco, com capacidade de produção competitiva, ele requereu a implantação do Projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã.
Criada e operacionalizada pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em parceria com o Governo Federal, instituições de ensino e pesquisa, além de entidades representativas do setor, a inciativa visa incrementar a produção agrícola no Nordeste goiano, gerando emprego e renda.
Nesta primeira etapa, agricultores familiares dos municípios de Flores de Goiás, São João da D’Aliança e Formosa serão beneficiados com 150 kits de irrigação. Os equipamentos foram adquiridos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), com investimento federal de R$ 9,3 milhões.
Esta primeira etapa do projeto abrange 300 hectares abastecidos pelas barragens do Rio Paranã e Ribeirão Porteira. A área tem capacidade de produção estimada em 4,2 mil toneladas de maracujá e 6 mil toneladas de manga por ano, o que deverá se efetivar a partir do segundo e terceiro anos de implantação das culturas, respectivamente. Os agricultores estão sendo selecionados por critérios técnicos, entre eles a disponibilidade de área e água e o interesse em participar das capacitações obrigatórias em manejo e gestão. Cada propriedade receberá um kit de irrigação para atender dois hectares.
“O Vão do Paranã é uma área extremamente privilegiada tanto do ponto de vista do microclima quanto do volume de águas do rio Paranã”, afirma o governador Ronaldo Caiado.
Superintendente de Engenharia Agrícola e Desenvolvimento Social da Seapa, José Ricardo Caixeta Ramos conta que os agricultores estão sendo capacitados em áreas como cooperativismo, manejo e gestão. “A primeira capacitação em cooperativismo foi realizada em novembro e reuniu 24 produtores, eles já deram início ao processo de formalização da cooperativa”, diz.
O projeto prevê ainda a implantação de uma agroindústria para processar e comercializar a produção. “Isso vai impulsionar a formação do polo e abrir oportunidade para incluir mais produtores. A região tem pelo menos 4,5 mil agricultores familiares distribuídos por 42 assentamentos”, completa Ramos.
A gerente de Apoio à Produção da Codevasf, Andrea Sousa, destaca a importância da parceria. “Visualizamos um potencial muito grande para a fruticultura irrigada naquela região e por isso estamos muito otimistas”, afirma.
O pesquisador em Recursos Hídricos e Irrigação e chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Cerrados, Lineu Rodrigues, reforça que os assentados serão beneficiados com o melhor da tecnologia de manejo de irrigação. “A fruticultura tem uma importância especial pela quantidade de mão-de-obra que emprega e pela capacidade de gerar retorno econômico e desenvolvimento social. Temos a esperança de que, com o sucesso deste projeto, iniciativas semelhantes possam ser replicadas em outras localidades”.
“A região tem condições favoráveis de clima, solo e disponibilidade hídrica. Somamos a isso a tecnologia de irrigação e o resultado esperado é uma produção com quantidade e qualidade, capaz de atender aos mercados mais exigentes”, analisa o assessor técnico da Gerência de Agricultura Irrigada da Seapa, Alisson Luis Ferreira.
Lula
A criação do polo de fruticultura no Nordeste goiano foi um dos temas levados pelo governador Ronaldo Caiado para o encontro dos chefes dos executivos estaduais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última sexta-feira (27/1), em Brasília (DF). O Governo Federal é parceiro da iniciativa por meio de órgãos como a Codevasf, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), a Embrapa Cerrados e a Agência Nacional de Águas (ANA). A expectativa do Governo de Goiás é de expandir o projeto.
A gerente de Infraestrutura Rural da Seapa, Cláudia Nogueira, explica que está sendo elaborado ainda um plano de negócios em conjunto com o Sebrae Goiás. “Já há sinalização de grandes empresas interessadas em comercializar a produção do futuro polo de fruticultura. Sabemos que há bastante mercado para a atividade, inclusive internacional, então a perspectiva é muito positiva. O projeto será um divisor de águas na região e dará dignidade para a população por meio da inclusão produtiva e social”, afirma.