Novas eleições dependem da análise de recursos, diz TSE
Redação DM
Publicado em 5 de maio de 2018 às 01:50 | Atualizado há 7 anos
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que a convocação de novas eleições em Divinópolis de Goiás, na região norte do Estado, após a cassação do mandato do prefeito Alex Santa Cruz Oliveira, e do vice Jofre Pereira Cirineu Filho, ambos do PPS, ainda depende da análise de recurso ao plenário do órgão. Em decisão monocrática, o ministro Admar Gonzaga rejeitou pedido dos envolvidos e manteve decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) sobre o caso.
Por conta disso, os dois permanecem inelegíveis por 8 anos e terão que pagar multa de R$ 53,2 mil cada. Eles são acusados de compra de votos, além de doação de combustíveis e passagens em troca de votos.
De acordo com o professor e mestre em direito eleitoral Alexandre Azevedo, se o plenário do TSE confirmar a cassação, ainda caberá recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas eleições suplementares já podem ser convocadas mesmo antes do trânsito em julgado. “Ou seja, mesmo que os políticos entrem com ação na Justiça comum, o TSE já pode liberar ao TRE-GO para convocar novas eleições. No entanto, se a decisão do STF for contrária do tribunal regional, o que, em geral, é bem raro de acontecer, eles voltam ao poder”, disse ao G1.
Atualmente, quem administra a cidade temporariamente é o presidente da Câmara Municipal, Reinaldo das Porteiras (PR).
Ainda de acordo com Azevedo, conforme o calendário eleitoral, um pleito suplementar deverá ser realizado até o dia 3 de junho. Normalmente, essa decisão precisa ocorrer cerca de 45 dias antes, para que sejam registradas as chapas e seja realiza a campanha eleitoral. No entanto, o professor explica que ainda há uma outra possibilidade. “O TRE-GO pode pedir autorização ao TSE para realizar a votação junto com as eleições gerais deste ano. Isso torna o processo mais econômico e atenderia uma situação logística”, pontua.
Em uma eleição suplementar, qualquer cidadão pode apresentar candidatura, desde que cumpra requisitos de elegibilidade, como, por exemplo, ter nacionalidade brasileira, 21 anos ou mais e ser filiado a algum partido há pelo menos seis meses.
COMPRA DE VOTOS
Segundo as investigações, os crimes cometidos pelos políticos ocorreram na véspera das eleições municipais de 2016, da qual Alex e Jofre saíram vencedores.
Nos autos, consta o depoimento de uma eleitora que afirma ter recebido R$ 50 para votar na chapa do então candidato. A mulher disse que foi abordada em casa no dia do pleito. A sogra dela, testemunha no caso, confirmou a história.
Além disso, a apuração apontou que um tio de Alex adquiriu, na véspera da eleição, R$ 2,4 mil litros de gasolina em um posto de combustíveis. O montante foi dividido em vales de abastecimento de 60 e 40 litros.