Política

O mérito de Goiás no poder nacional

Redação DM

Publicado em 30 de junho de 2017 às 02:45 | Atualizado há 8 anos

A nomeação da subprocuradora-geral da República, Raquel Elias Ferreira Dodge, à presidência da Procuradoria Geral da República tem um significado especial para as mulheres e para Goiás: ela é a terceira goiana a ocupar um dos mais altos postos do Judiciário no Brasil. Raquel Dodge se junta à ministra Laurita Vaz, goiana de Anicuns que desde 2016 preside o Superior Tribunal de Justiça, e Delaíde Alves Miranda, pontalinense que foi indicada ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em 2010 pelo presidente Lula.

Nascida em Morrinhos, Raquel Dodge será a primeira mulher a presidir a instância máxima dos procuradores da República. Segunda colocada na lista tríplice do Ministério Público Federal, ela recebeu 587 votos e é muito respeitada por seus pares no MPF. Raquel Dodge é tida como centralizadora e como uma procuradora preocupada com o respeito ao devido processo legal e à proteção aos direitos humanos.

Bacharel em Direito pela UnB (Universidade de Brasília) e mestre em Direito pela Universidade Harvard, a subprocuradora já havia disputado a vaga em 2015, quando ficou em terceiro lugar. Ingressou no MPF em 1987, atuou nos processos do “mensalão do DEM” no Distrito Federal e hoje é membro suplente da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, responsável por temas envolvendo consumidor e defesa da ordem econômica.

De acordo com matéria veiculada pela BBC Brasil, durante sua carreira no MPF, Raquel Dodge fez parte da 6ª Câmara, responsável por populações indígenas e comunidades tradicionais, e diz que a “proteção especial” ao meio ambiente e aos povos indígenas deve ser defendida pelo MPF. Dodge também comandou a 2ª Câmara, responsável por questões criminais, até 2014, e ao contrário dos colegas de Curitiba, que se pautam pela acusação sem provas, a subprocuradora sempre atua “sob a diretriz de que o Direito Penal é instrumento de proteção de direitos humanos”.

STJ próximo do cidadão 

Goiana de Anicuns, Laurita Vaz também é oriunda do Ministério Público. Ela é especializada em Direito Penal e tomou posse no STJ em 2001, nomeada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Vale frisar que o Superior Tribunal de Justiça é a maior Corte do País, composta por 33 ministros e tem a incumbência de zelar pela lei federal, dando cumprimento a ela.

Laurita começou a carreira em 1978 como promotora em Goiás e atuou também como procuradora e subprocuradora da República. A ministra se formou em Direito na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) em 1976 e foi professora de Direito Processual Penal em faculdades privadas de Brasília.

Em entrevista para o portal de notícias da Asmego, Laurita Vaz disse que sua prioridade como presidenta do STJ  é contribuir para que o cidadão tenha uma reposta mais rápida da Justiça. “Eu fico extremamente contrariada quando há demora na prestação jurisdicional. Todos sabem que a Justiça tardia, já dizia Rui Barbosa, é uma Justiça incompleta. Esta vai ser a minha luta para que o cidadão, aquele mais carente, tenha acesso à Justiça”, informa.

Exemplo de superação 

A ministra Delaíde Alves Miranda Arantes tem uma história de superação. Nascida de uma família humilde de agricultores em Pontalina, teve que começar a trabalhar muito cedo, ajudando o pai e os oito irmãos na lavoura, e depois, quando se mudou para cidade, fez serviços domésticos para custear os estudos e ajudar nas despesas da família.

Esposa do ex-deputado federal Aldo Arantes (PCdoB), a ministra se formou em Direito pela Faculdade Anhanguera, uma instituição de ensino particular. Para custear os estudos, conseguiu o Crédito Educativo (o Fies da época). Para pagar o financiamento, trabalhava de dia e estudava à noite.

Delaíde chegou ao Tribunal Superior do Trabalho após 30 anos de carreira na área do Direito do Trabalho. Ela foi a primeira mulher a presidir a Agatra (Associação Goiana dos Advogados Trabalhistas), foi professora de Direito na PUC-GO e foi vice-presidente da Associação de Mulheres de Carreiras Jurídicas em Goiás (ABMCJ) e também integrou o Conselho Estadual da Mulher (Conem). Nomeada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, a ministra disputou a vaga com outros dois profissionais da área, Luiz Carlos Moro, de São Paulo, e Adriano Costa Avelino, de Alagoas. Ela foi empossada em 2011, pela presidenta Dilma Roussef, após ser aprovada na sabatina no Senado Federal. (Com informações de agências)

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