Oposição reage a publicação
Diário da Manhã
Publicado em 25 de dezembro de 2017 às 23:24 | Atualizado há 7 anos
O grupo OAB Forte reagiu a uma publicação veiculada pela diretoria da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil no jornal O Popular e protestou contra o que classificam de “campanha antecipada e gasto perdulário e desnecessário” da atual gestão. “Estão fazendo tudo o que acusaram gestões anteriores de fazer e exploram ainda mais a classe dos advogados”, reagiu o advogado Flávio Buonaduce Borges.
A publicação de 20 páginas foi duramente criticada pelos líderes do movimento que estimam um gasto superior a R$ 400 mil pelo encarte. “Na verdade, é um descarado trabalho de campanha eleitoral antecipada. Você fazer uma prestação de contas para a sociedade dessa maneira é uma coisa que assombra. Porque um advogado mediano ou em início de carreira, que vai avaliar com base na anuidade que ele paga de quase R$ 900,00 e que teve todas as taxas da OAB aumentadas em quase 100%”, disse Buonaduce.
Acompanhado dos advogados Hallan Rocha e Pedro Paulo Medeiros ele teve coro sem questionamento dos outros dois que protestaram contra a publicação. Hallan lembra que serviços essenciais prestados pela OAB foram majorados substancialmente e que “esse dinheiro agora financia uma descarada campanha antecipada”. Ele lembra que agora há cobranças de coisas que antes não existiam.
“Já que insistem em dizer que a OAB Goiás ainda vive dificuldades financeiras porque gastar um dinheiro alto desses. Devia gastar com a advocacia, auxiliando na prestação de trabalho, criando condições para que o advogado consiga ser bem atendido, melhores condições nos fóruns. Agora ver um gasto desmesurado desses afronta qualquer um”, ressalta Hallan.
Falando em grupo para despersonalizar o protesto os três frisam que “não se trata de uma mera publicação, mas um encarte de 20 páginas”. Flávio Buonaduce comenta mais sobre anunciadas mudanças que viriam com a atual administração e que não foram nada de inovação. “Esse é um ato que se repetiu ao longo desses dois anos. A Ordem hoje cobra por coisa que antes eram gratuitas, como os cursos da Escola Superior de Advocacia de Goiás (ESA) e que hoje são pagos. É o caso de não dispender um gasto desses e direcionar os recursos para ações que beneficiem a advocacia como um todo”.
Além disso, frisam os membros da OAB Forte, “não há a tão propalada transparência que se dizia que haveria”. Eles lembram que no portal da transparência não é cumprida a promessa de que “feito um pagamento a advocacia saberá no dia seguinte o valor e qual a destinação”.
Flávio Buonaduce lembra que a população brasileira vive uma crise e que gastos assim que apenas relatam ações da diretoria da OAB “são desnecessários e despropositados”. Ele ressalta que o grupo não ficará em silêncio e que vão apontar atos que comprovam incoerência entre o que foi pregado e o que está sendo feito.
“Eles [a atual gestão] prometeu para a advocacia que faria eleição direta para preencher vaga no quinto constitucional nos tribunais. Está aberta uma vaga agora e eles vão cumprir o mesmo roteiro de antes, sem abrir para opinião junto aos advogados”, finaliza.