Perícias internacionais isentam Lula
Diário da Manhã
Publicado em 1 de junho de 2017 às 02:57 | Atualizado há 4 meses
O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, recebeu o relatório final da empresa de auditoria internacional KPMG atestando que em toda a perícia realizada nas contas da Petrobras entre os anos de 2006 e 2011 não há indícios nem corrupção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dados levantados correspondem ao período em que o ex-presidente foi alvo de acusação do Ministério Público Federal de ter recebido vantagens indevidas e ter recebido propinas de recursos desviados da Petrobras.
A perícia contábil da KPMG foi determinada pelo juiz Moro a pedido da defesa de Lula para apurar os atos de ingerência do principal mandatário do País nesse período e quais teriam sido os atos determinados por ele para a maior estatal brasileira que poderiam ser classificados como ilícitos ou que provocariam atos de corrupção. Após passar a limpo todo o período de sete anos em que Lula foi presidente, até um ano após o fim de seu mandato, a respeitada empresa de auditoria internacional atestou que Lula está limpo de qualquer acusação de ter se valido de dinheiro desviado da Petrobras e de ter determinado ou praticado qualquer ato ilícito.
Para a realização da auditoria, os técnicos da KPMG informaram ao juiz Sérgio Moro que foram utilizados “dispositivos previstos em normas profissionais de auditoria”. As contas da Petrobras, bem como atas de assembleias da companhia, foram passadas a pente-fino para averiguar toda e qualquer determinação tomada pela diretoria ou conselho administrativo a mando do ex-presidente Lula.
A resposta veio em tom direto e sem rodeios, assinado pelos peritos da empresa responsáveis pela auditoria. “Não foram identificados pela equipe de auditoria atos envolvendo a participação do ex-presidente da república, sr. Luiz Inácio Lula da Silva, na gestão da Petrobras que pudessem ser qualificados como representativos de corrupção ou configurar ato ilícito”, frisaram os auditores.
Antecipação
Antes dessa isenção feita pela KPMG, outra empresa de auditoria internacional fez esse mesmo levantamento e sua conclusão foi convergente para isentar Lula de atos de corrupção ou ilegalidade. A PricewaterhouseCoopers oficiou ao juiz Sérgio Moro no final de abril que também havia esmiuçado os balanços e atos internos da Petrobras a mando do juízo e que Lula estava limpo das acusações de corrupção e ilegalidades no período de quase 10 anos levantados.
O período 2012-2016 é o que abarca a Operação Lava Jato, processo sob a presidência do juiz Sérgio Moro e que tem Lula como alvo preferencial do MPF sob acusações de ter ser valido do cargo de presidente da República para conseguir vantagens indevidas.
Os dois resultados da auditoria corroboram depoimentos de outras 70 pessoas que atestaram perante o juiz Sérgio Moro que Lula tenha praticado ou mandado fazer algum dos atos investigados pela Lava Jato, como o esquema de corrupção e desvios de dinheiro dos cofres da estatal petrolífera.
A previsão é que o juiz Sérgio Moro prolate a sentença dessa ação penal que incide sobre Lula ainda no mês de junho.
Resumo da resposta da KPMG
“Em resposta ao ofício supra, a KPMG Auditores Independentes vem, respeitosamente, à presença de V.Exa, esclarecer que, durante a realização de auditoria das demonstrações contábeis da Petrobras, que abrangeu os exercícios sociais encerrados no período de 31.12.2006 e 31.12.2011, efetivada por meio de procedimentos e testes previstos nas normas profissionais de auditoria, não foram identificados pela equipe de auditoria atos envolvendo a participação do ex-presidente da república, sr. Luiz Inácio Lula da Silva, na gestão da Petrobras que pudessem ser qualificados como representativos de corrupção ou configurar ato ilícito”