Política

PF cumpre mandados de busca na casa e no escritório de Bolsonaro

Redação Online

Publicado em 18 de julho de 2025 às 08:10 | Atualizado há 4 horas

Na manhã desta sexta-feira, 18, a Polícia Federal deflagrou mais uma fase das investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, cumprindo mandados de busca e apreensão em dois endereços ligados diretamente a ele: sua residência, localizada no Jardim Botânico, em Brasília, e seu escritório político, situado na sede nacional do Partido Liberal (PL). A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, ocorre em meio ao aprofundamento de apurações sobre possíveis articulações antidemocráticas e uso indevido de estruturas institucionais durante e após seu mandato presidencial.

No momento da chegada dos agentes federais, Bolsonaro encontrava-se em casa e, segundo fontes próximas, não resistiu à ação. A operação também culminou na imposição de mais uma medida restritiva: o uso de tornozeleira eletrônica por parte do ex-presidente, determinada pelo STF como forma de monitoramento contínuo de seus deslocamentos. A decisão reforça a crescente rigidez do Judiciário diante da conduta de Bolsonaro e de seu círculo mais próximo, principalmente após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, em fevereiro deste ano, que revelou um suposto plano de golpe de Estado envolvendo oficiais das Forças Armadas e ex-ministros de confiança do então chefe do Executivo.

Embora o conteúdo exato dos materiais apreendidos ainda não tenha sido divulgado, há expectativa de que documentos físicos e eletrônicos, incluindo celulares e computadores, estejam entre os itens recolhidos pelos investigadores. O silêncio da Polícia Federal sobre os detalhes da operação é estratégico, evitando a destruição de provas e o comprometimento de etapas futuras do inquérito. Nos bastidores, contudo, especula-se que a medida possa estar relacionada a novos indícios de interferência indevida em órgãos públicos e financiamento ilícito de campanhas de desinformação.

A repercussão política da operação foi imediata. Integrantes do PL e apoiadores mais próximos de Bolsonaro classificaram a ação como “perseguição política”, enquanto setores do Judiciário e do meio acadêmico destacaram o caráter técnico e fundamentado das decisões judiciais que sustentam a medida. Ainda sem se pronunciar oficialmente, Bolsonaro mantém sua postura de silêncio diante da nova ofensiva judicial, embora fontes indiquem que sua defesa estuda ingressar com pedido de revogação da tornozeleira e contestação da legalidade dos mandados de busca.

A ação fecha o cerco em torno do ex-presidente, que já é alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal, incluindo aqueles que investigam a disseminação de fake news, ataques às instituições democráticas e uso de estruturas paralelas de inteligência, como o chamado “gabinete do ódio”. Com a nova medida cautelar e a apreensão de materiais que podem ampliar o campo probatório, cresce a possibilidade de indiciamento formal e até eventual pedido de prisão, caso se identifique obstrução de Justiça ou continuidade delitiva.


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