Política

PMDB à deriva

Redação DM

Publicado em 17 de novembro de 2015 às 21:35 | Atualizado há 4 meses

O PMDB já completa 16 dias sem presidente estadual. A eleição para o diretório estadual estava marcada para 29 de outubro, mas uma liminar na Justiça, resultado de uma ação judicial articulada pelo deputado federal Daniel Vilela, impediu a realização da eleição. Dois dias depois o ex-deputado Samuel Belchior entregou o cargo e que está vago até hoje, algo inédito na história da legenda no Estado.

O nome que ganhou força nos últimos dias é do deputado estadual Adib Elias. Com as bençãos de Iris Rezende, com quem esteve na última quarta-feira, o ex-prefeito de Catalão sobe na cotação peemebedista.

O deputado federal Daniel Vilela, que ainda tem o sonho de liderar o PMDB, articula com presidente nacional do partido, Michel Temer, para ele próprio assumir a comissão. “Eu não tenho dificuldade nenhuma em apoiar o nome do Adib ou qualquer outro se acontecer um consenso. Mas é preciso ouvir o Michel para saber se ele não quer um representante da bancada federal (no comando da comissão provisória)”, disse Daniel Vilela.

Mas, no que depender de Adib, ele irá comandar o PMDB em Goiás. O deputado já conjectura quais serão as medidas à frente do partido. “Buscaria um consenso e um prazo de 120 dias para estruturar as novas eleições. No novo processo, quem escolhe são os delegados. O candidato tem de ter no mínimo 30% dos diretórios, ou seja, 80”, afirmou.

O deputado estadual José Nelto e o ex-prefeito Nailton de Oliveira ainda não desistiram de postular a presidência do PMDB goiano, agora possível apenas em uma eventual disputa, em convenção partidária.

A ex-deputada federal Iris Araújo, 2ª vice-presidente nacional do PMDB, foi a Brasília, ontem, para participar do encontro nacional do partido, que ocorre hoje, mas, também, articular junto ao presidente Michel Temer a formação de uma comissão provisória estadual contemplando nomes ligados ao ex-governador Iris Rezende, seu marido.

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Deputados federais e estaduais ouvidos pelo Diário da Manhã sustentam que a falta de comando enfraquece o PMDB, principalmente em relação à mobilização no interior do Estado, já que as agremiações estão em busca de lideranças que possam concorrer aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador nos 246 municípios goianos.

“A falta de direção traz sérios prejuízos do PMDB. Há uma paralisia em todo o Estado. Isso afeta todo o trabalho que estamos fazendo com o objetivo de fortalecer a legenda para o pleito municipal do ano que vem”, ressalta o ex-prefeito Nailton de Oliveira.

O ex-governador Iris Rezende não confirmou presença, hoje, em Brasília, no encontro nacional do PMDB, já que se encontra em sua fazenda, no Mato Grosso. Já o ex-governador e prefeito Maguito Vilela estará presente no encontro peemedebista. Maguito vai conversar com o presidente Michel Temer sobre a formação da comissão provisória estadual do PMDB, a ser integrada por sete lideranças.

Apesar de as lideranças principais negarem, o que se vê é um PMDB dividido entre iristas e maguitistas. Aliás, uma disputa interna que começou na década de 90, quando Maguito Vilela venceu a quebra de braço com os iristas na escolha do candidato ao governo do Estado. Na disputa interna, Maguito venceu os iristas Napthali Alves, Ruben Cosac e Haley Margon Vaz. Foi escolhido candidato a governador e ganhou as eleições de 1994.

De lá para cá, a cada eleição estadual, os iristas e maguitistas travam nova batalha. Na urnas, o PMDB sempre pagou um preço alto: perdeu as eleições para o governo do Estado em 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014.

Nova convenção

Definida a comissão provisória do PMDB estadual, haverá realização de convenções para a eleição do diretório, executiva e escolha do novo presidente. No momento, três candidaturas à presidência estão mantidas: Daniel Vilela, José Nelto e Nailton de Oliveira.

Até as convenções, em três ou quatro meses, é possível que os cardeais peemedebistas consigam o consenso para evitar uma disputa interna na convenção partidária. O entendimento das principais lideranças é o de que um embate na convenção vai dividir o PMDB, o que, certamente, trará sérios prejuízos ao desempenho do partido nas eleições de 2016 e 2018.

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