PMDB: Hora de juntar os cacos
Diário da Manhã
Publicado em 29 de outubro de 2015 às 23:52 | Atualizado há 10 anosO juiz Abílio Wolney Aires Neto, da 9ª Vara Cível de Goiânia, negou agravo apresentado pelo advogado do PMDB, Marconi Pimenteira, e manteve a suspensão da eleição do diretório regional do partido, que deveria acontecer ontem (quinta-feira 29/10) às 15h. Com o impedimento da eleição, o mandato da atual direção do PMDB encerra-se no sábado, e a partir desta data o destino da legenda em Goiás passa a ser decidido pela Direção Nacional, que deverá nomear uma Comissão Provisória, que deverá preparar a eleição da nova direção do PMDB no Estado.
Líder da bancada do PMDB na Assembléia Legislativa, o deputado estadual José Nelto sugere uma reunião ampliada com as bancadas estadual, federal e os dois principais líderes do partido, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela e o ex-prefeito Iris Rezende. “É hora de buscar união. Temos que passar uma borracha no passado. Nesta disputa não houve vencidos, nem vencedores. O partido é maior que todos nós, e devemos juntos, decidir os rumos do PMDB em Goiás”, sentencia.
Pelo twitter, o deputado federal Daniel Vilela resumiu sua opinião sobre o assunto: “Essa segunda decisão da Justiça suspendendo a eleição do PMDB confirma o que falamos há semanas nas reuniões internas do partido”. Segundo interlocutores, o parlamentar defende o diálogo entre as principais lideranças do partido para que sejam superadas as divergências internas.
Capital x interior
Autor da ação que suspendeu as eleições no PMDB, o ex-deputado José Essado diz que a decisão da Justiça serve para serenar os ânimos e retomar o debate interno. “A Justiça entendeu, assim como eu, que não dá para um partido grande como o PMDB fazer uma eleição para escolha do diretório sem observar o regimento. O PMDB precisa se modernizar, não pode agir no improviso”, afiança.
Essado não crê em divisão na legenda. Avalia que a suspensão da eleição vai permitir o diálogo entre as lideranças, e, quem sabe a formação de uma chapa de consenso. “Mas, se não houver consenso, que a disputa seja democrática”, frisa.
Ex-prefeito de Inhumas José Essado diz que a futura direção estadual que for escolhida deve estar atenta a todos os municípios, e não só a capital. “Respeitamos a liderança do ex-prefeito Iris Rezende, mas não é possível dirigir o PMDB pensando só em Goiânia. Ele vai ser eleito prefeito de Goiânia e todos nós vamos trabalhar para isto, mas na direção do partido temos que ter alguém que esteja cem por cento focado no trabalho de reconstruir o PMDB”, alerta.
Essado adverte que o partido vem perdendo terreno no interior: de 246 diretórios, hoje há apenas 11, sendo o restante comissões provisórias, que mesmo assim, não estão presentes em todos os municípios. “Cidades onde o PMDB já governou como Anápolis e Itumbiara sequer têm comissões provisórias. Se queremos eleger prefeitos em 2016 e disputar o governo em 2018, temos que primeiro dar atenção aos municípios, e para isto o diretório estadual, como disse, tem que ser alguém com tempo e disposição para olhar para todos os municípios, e não somente para Goiânia”, conclui.