Política

Políticos criticam perseguição a Maia

Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 01:01 | Atualizado há 4 meses

A perseguição política sofri­da pelo radialista e policial militar Alison Maia em Caldas Novas ge­rou críticas de lideranças políticas estaduais, que denunciam abu­so de poder e uso da Polícia Mili­tar como instrumento de repres­são contra adversários. A acusação foi feita esta semana pelo radialista que denunciou à imprensa suces­sivas tentativas do grupo político do prefeito Evandro Magal (PP), liga­do ao governador Marconi Perillo (PSDB), de prejudicá-lo na polícia.

O deputado estadual Ma­jor Araújo (PRP) foi um dos polí­ticos que prestaram solidarieda­de ao radialista. Para ele, o uso da Polícia Militar para perseguir ad­versários políticos é uma práti­ca antidemocrática inadmissível.

“Sou policial militar e já passei por este tipo de constrangimen­to. Esse ato é repulsivo e lamen­tável na atual conjuntura em que o País busca se guiar pelas prá­ticas democráticas”, lamentou.

Para o parlamentar, contudo, a prática não é nova. “Vem ocor­rendo há muitos anos. Sempre que um policial manifesta o desejo de ir para a política ele enfrenta represá­lia, especialmente se pretende dis­putar fora da base do governo. Já quiseram tirar meu nome ‘Major’ e me tirar também da Associação dos Policiais Militares depois que pas­sei para o lado da oposição”, relata.

Contudo, o deputado estadual afirma que a Justiça não tem permi­tido que essas tentativas de intimi­dação avancem. “A Justiça sempre reparou questões”, testemunhou, aconselhando o colega a procu­rar a Justiça para ser restabeleci­do em seu posto de trabalho. “Este governo não desiste. Mas acho que o Alison Maia deve confiar na Jus­tiça e partir para o enfrentamen­to político. Hoje a sociedade re­pudia atos de perseguição como esses. Ele, que decidiu caminhar ao lado da oposição, ainda enfren­tará muita coisa parecida”, lembrou.

Para o deputado estadual José Nelto (PMDB), Alison Maia é víti­ma de perseguição e autoritarismo “de um prefeito cassado, um fora da lei, que trata Caldas Novas como se fosse sua propriedade”. Ao comen­tar sobre os perfis falsos que tra­balham dia e noite para manchar a imagem do radialista, José Nel­to diz tratar-se de “jagunços usa­dos pelo prefeito cassado para ata­car pessoas de boa fé”, completou.

SOBRE O CASO

Esta semana o radialista denun­ciou estar sofrendo perseguição po­lítica em Caldas Novas, o que tem causado revolta nos moradores. Com carreira militar de 22 anos, sendo 15 deles em Caldas Novas, Alison Maia reclama que desde que decidiu ingressar na política como candidato a prefeito pelo Demo­cratas, partido do senador Ronaldo Caiado, tem enfrentado dificulda­des. No último dia 31 de janeiro foi publicado no Diário Oficial da Po­lícia Militar o documento que pe­diu a sua transferência para Iporá, a 400 quilômetros de Caldas Novas.

Alison Maia entrou na política em 2015, quando se filiou ao De­mocratas com a intenção de se can­didatar à Prefeitura de Caldas No­vas, com o apoio do senador. Ele conta que sempre teve um históri­co impecável na Polícia Militar, che­gando a ser promovido a primeiro­-sargento por ato de bravura.

Porém, nos últimos anos come­çou a enfrentar perseguições. Várias sindicâncias foram abertas contra ele, uma delas pelo prefeito Evan­dro Magal, que o acusou sem pro­vas de ingressar na PM com diplo­ma falso. “Houve uma sindicância e a Corregedoria da PM concluiu que a denúncia era falsa”, lembrou. “Eles têm usado a instituição e o Estado para me atacar. Felizmente eu tenho a verdade ao meu lado”, reforçou.

Alison Maia disputou as eleições de 2016 contra Evandro Magal e obteve mais de 11 mil votos, fican­do em segundo lugar na preferên­cia dos eleitores. Alison Maia agora se apresentou como pré-candidato em uma eventual eleição extempo­rânea em Caldas Novas, sendo um dos candidatos mais bem coloca­dos nas pesquisas. Para ele, esse foi o motivo dos ataques mais recentes.

“Foi algo totalmente sem cri­tério, desrespeitando a minha fa­mília e a minha história de vida. Isso gerou uma revolta muito gran­de dentro da própria PM. Tenho recebido apoio de todo o Esta­do. Uma coisa é eu ter uma con­duta incorreta e sofrer uma puni­ção. Outra é isso. Tenho histórico de serviços prestados e de defe­sa à sociedade de Caldas Novas e à instituição da PM”, disse o poli­cial, que pretende entrar com ações na Justiça para reverter a decisão.

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