Prefeitos debatem com presidenciáveis prioridades para os governos do País
Redação DM
Publicado em 26 de maio de 2018 às 23:33 | Atualizado há 6 meses
Oito pré-candidatos à presidência da República participaram da XXI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que aconteceu de terça-feira a quinta-feira da semana passada. O evento deste ano reservou dois momentos para receber os presidenciáveis e debater as prioridades dos governos locais e as necessidades de mudanças estruturais da federação brasileira.
Na programação do evento promovido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) registrou participação de quatro candidatos por dia. Na terça-feira, os municipalistas receberam, em painéis individuais, Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva(Rede), eManuela D’Ávila (PCdoB). Já na quarta-feira, compareceram Jair Bolsonaro (PSL), Afif Domingos (PSD), Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB). A CNM providenciou a leitura de uma carta de Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT.
Após exposição, os presidenciáveis responderam questionamentos sobre os principais problemas enfrentados atualmente nos Municípios, de Norte a Sul do País, inclusive em relação à partilha de competências e dos recursos entre os Entes federados. Além de conhecer as propostas de governo, a expectativa do movimento municipalista é obter do futuro presidente da República o compromisso com a causa municipalista.
GOIÁS
O presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), Paulo Sérgio de Rezende (Paulinho), avalia as participações dos pré-candidatos como sendo um dos momentos mais importantes da Marcha. “Ouvimos deles os seus planos de governo para os municípios. Queremos obter o compromisso de quem for eleito de que vai trabalhar pelo municipalismo. Já estamos cansados de ouvir promessas não cumpridas”, salientou.
O presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM), Haroldo Naves diz que a presença dos presidenciáveis reforça o compromisso pelo pacto federativo. “Foi positiva a participação de oito pré-candidatos a presidente nos debates com os prefeitos brasileiros. O movimento municipalista se revigora com a discussão dos principais temas que interessam aos prefeitos”
Encaminhadas reivindicações e pauta ao Senado e Câmara
“Em um primeiro momento, nós tivemos dificuldade de nos relacionarmos com o Congresso, há 20 anos. Hoje, para minha alegria, deixo o mandato com muita satisfação, porque conseguimos transformar o que era um momento de atrito em um momento de diálogo”. Essas foram as palavras usadas pelo presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, durante os trabalhos da XXI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. A pauta prioritária dos Entes junto ao Congresso Nacional foi debatida entre e Ziulkoski e parlamentares de diferentes Estados e partidos.
O presidente da CNM destacou os avanços obtidos pela parceria entre a CNM e o Congresso. Entre eles, a derrubada do veto do ISS e do Encontro de Contas. “A partir do diálogo, pudemos garantir R$ 641 bilhões através de projetos de lei de nossa iniciativa de trabalho e de mobilização. E hoje esse dinheiro vai para a saúde, a educação, a assistência social e vai para a infraestrutura”, pontuou.
Os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), participaram da plenária e receberam em mãos o livro com a Pauta Prioritária que os Municípios esperam avanço no Congresso ainda em 2018.
PROPOSTAS
Ziulkoski reforçou ao presidente Eunício Oliveira que, no Senado, o movimento municipalista aguarda celeridade nas tramitações de três pautas: Consórcios – com o Projeto de Resolução do Senado (PRS) 31/2017, que possibilita os consórcios públicos contratarem operações de crédito; Lei Kandir, que atualiza a compensação financeira aos Municípios e aguarda apreciação dos plenários da Câmara e do Senado; e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2015, que atualiza os valores dos programas federais.
O presidente da Casa explicou que as pautas irão avançar, respeitadas as normas da intervenção federal no Rio de Janeiro, que restringe a votação de PECs. Ao final do discurso na tribuna, Eunício Oliveira quis “reiterar o compromisso com a pauta definida pela CNM e meu empenho em trabalhar no que me cabe fazer. Incluirei as proposições que estiverem prontas”.
Em relação à questão dos Consórcios, o líder do Senado reconheceu “efetiva necessidade de flexibilização” para que “as respostas possam ser dadas às populações dos Municípios. Então contem com essa pauta ainda hoje no que se refere a consórcios”.
CÂMARA
Ziulkoski também pontou junto ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, as pautas que tramitam na Casa e que a entidade e os Municípios aguardam andamento. Em seu discurso, Maia começou pela importância de se discutir o pacto federativo: “eu acredito que a grande reforma que o Brasil precisa, nos próximos quatro anos, é a rediscussão do pacto”.
Logo depois, ele detalhou as matérias. “Agora mesmo, nós estamos na discussão do projeto do Imposto Sobre Serviços (ISS), junto ao deputado Luiz Lauro, para que a gente possa votar o mais rápido possível. Estamos com o João Arruda organizando o final do relatório da Lei de Licitações, que é muito importante para criar uma nova regra da lei de licitações, que hoje inviabiliza muitas vezes a gestão pública. Acredito que essas mudanças, entre outras, serão muito importantes.”
Por fim, o presidente da Câmara fez uma ressalva. “Estou com a lista aqui apresentada pelo presidente da Confederação e tenho certeza de que muitos dos projetos aqui demandados a gente tem toda condição de avançar. Mas sabemos que vivemos um período pré-eleitoral, então é importante que vocês organizem o que de fato é prioridade”