Projeto de lei da anistia segue indefinido na Câmara, afirma Hugo Motta

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, declarou que ainda não há definição sobre a votação do Projeto de Lei da Anistia, que trata do perdão a investigados e condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. O tema, considerado um dos mais polêmicos do cenário político atual, continua em discussão entre os líderes partidários.

Motta explicou que está ouvindo o colégio de líderes antes de tomar qualquer decisão. Segundo ele, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem demonstrado interesse público no avanço da pauta, mas a Casa ainda não consolidou posição sobre o assunto.

Enquanto a oposição e partidos do Centrão como PL, Republicanos, União Brasil e Progressistas pressionam pela votação imediata do projeto, a expectativa é de que o tema avance logo após a conclusão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, previsto para 12 de setembro.

Entre os oposicionistas, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, rejeita qualquer proposta que exclua Bolsonaro da anistia. Para ele, a medida precisa ser ampla e abranger também o ex-presidente. Essa condição tem travado as negociações com setores que defendem uma anistia mais restrita.

Do lado governista, a reação é contrária. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, afirmou que o partido vai intensificar a articulação política para convencer outros líderes a rejeitarem a proposta. Além disso, o presidente Lula tem criticado publicamente a anistia e convocado mobilização popular contra a aprovação, classificando-a como um risco à democracia.

Hugo Motta já havia declarado anteriormente que não pautaria o projeto sob “imposição” ou “chantagem”, mas apenas se houvesse um sentimento majoritário entre os deputados.