PSDB quer novas eleições para prefeito

O presidente do PSDB de Goianésia, Vandir Gomes Soares, em entrevista ao Diário da Manhã, comenta a investigação do Ministério Público que apura denúncia de caixa dois na campanha da coligação “Goianésia Merece Mais”, que elegeu o prefeito Renato de Castro (PMDB) e seu vice Carlos Veículos (DEM). Tanto Renato quanto Carlos já prestaram depoimento à Justiça e caso a chapa seja impugnada, prefeito e vice perdem o mandato eletivo e poderão ficar inelegíveis por oito anos, de acordo com a Lei da Ficha Limpa.

Vandir destaca que o PSDB impetrou duas ações na Justiça Eleitoral contra a chapa que venceu as eleições. “Uma AIJE, que é uma investigação da Justiça Eleitoral, onde questionamos o abuso do poder econômico e também tem uma Aime, que é uma ação de impugnação de mandato eletivo, que questionamos essa utilização de recursos não contabilizados, o vulgo caixa dois. Corroborando com o que a vimos e presenciamos na campanha, o Ministério Público – por iniciativa própria – também entrou com ação”, explica. Vandir ressalta que o valor da prestação de contas da coligação de Renato de Castro não condiz com o que foi a campanha na cidade. “Há uma distorção do que foi a campanha e o que foi apresentado na prestação de contas, a gente viu isso com nitidez, por isso impetramos as ações”, frisa.

Caso seja comprovado na Justiça a utilização de recursos não contabilizados na campanha de Renato de Castro e seu vice, Goianésia passará por uma nova eleição e o presidente da Câmara Municipal assumirá a prefeitura até que o novo prefeito seja eleito. “A legislação eleitoral teve algumas alterações e, hoje, é de entendimento que como a eleição foi entre dois candidatos e anulando os votos do candidato Renato, o segundo colocado teria menos que 50% dos votos. Nesse caso teria uma nova eleição”, explica Vandir.

Questionado se o provável caixa dois pode ter afetado a campanha de Jalles Fontoura (PSDB) e influenciado para sua derrota, Vandir esclarece que vários fatores determinam uma eleição como o fato de se tratar de uma reeleição e a realidade político-econômica do país podem ter influenciado. “Uma campanha é repleta de fatores, pelo fato de estarmos no poder tínhamos esse ônus ao estar em uma reeleição, nunca foi fácil e nesse momento do país não estava fácil. Não culpo esse fato [caixa dois] pela nossa derrota, mesmo por uma diferença muito pequena. Mas o nosso partido e coligação lutam pela legalidade. Se eles [chapa Renato/Carlos] não cumpriram com a legalidade, a Justiça Eleitoral tem que avaliar e, se achar por bem, impugnar o mandato do Renato”, acredita.