Política

Punição e investigação não devem chegar em Iris

Redação DM

Publicado em 7 de abril de 2016 às 02:57 | Atualizado há 8 meses

As denúncias realizadas contra o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) pela revista ‘Época’ no último sábado, 2/4, podem ficar apenas no folclore político. É que não existiria base legal para punir o político caso fosse investigado e realmente considerado culpado.

Conforme as suspeitas levantadas por investigação do Serviço Nacional de Informação (SNI), o gestor goiano teria recebido cerca de R$ 500 milhões da Odebrecht quando era ainda governador de Goiás em seu primeiro mandato.  As denúncias constam da revista “Época” do último sábado e visam representar o modus operandi da Odebrecht, que teria atuado em Goiás desde a década de 1980.

A “Época” mostra que a empresa mais envolvida com a Lava Jato e que tem na atualidade vários nomes de políticos citados em uma lista divulgada recentemente  sempre usou a corrupção como linguagem para se dirigir aos políticos brasileiros – inclusive Iris Rezende.

O promotor Fernando Krebs aponta que a lei federal que estabelece a punição por improbidade administrativa surge anos depois do episódio relatado pela revista – primeiro mandato de Iris Rezende no Governo de Goiás (1983-1986). “Em princípio ocorreria investigação se existisse algum crime. Mas temos ainda o instituto da prescrição. A lei surge em 1992, bem depois do ocorrido”, esclarece Krebs, por meio de uma de suas auxiliares.

Conforme a informação da revista “Época”, “O informe 19/1984 da Agência Goiânia do SNI revela que repasses da Odebrecht ajudaram o pré-candidato à prefeitura de Goiânia Iris Rezende (PMDB) a comprar uma fazenda no valor de 700 milhões de cruzeiros em Mato Grosso”.

Ainda conforme o texto,  Iris teria recebido 500 milhões da empreiteira e usou 400 milhões na compra do imóvel.

O ex-prefeito rebate todas as acusações da revista época. “Causou-me estranheza que neste momento de convulsão política diante de inúmeros casos de corrupção  desvendados pela Lava Jato, a revista Época tenha dedicado uma reportagem valendo-se apenas de documentos de 30 anos atrás do Sistema Nacional de Informações (SNI), órgão da ditadura militar usado para vigiar políticos de oposição, para tentar atingir a mim (e  a outros políticos) com informações equivocadas e absurdas”, diz Iris.

Iris diz que a fazenda referida na reportagem da “Época” foi comprada com recursos que ganhou na advocacia e heranças, portanto antes de 1982, quando ainda não teria assumido o governo de Goiás.

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