Política

Selfies com dinheiro reforçam o afastamento do governador do Tocantins

Léo Carvalho

Publicado em 4 de setembro de 2025 às 10:41 | Atualizado há 3 horas

Marcus Vinícius Santana, apontado como operador financeiro, aparece em imagens com grandes quantias de dinheiro que embasaram a investigação contra o governador do Tocantins | Foto: Reprodução
Marcus Vinícius Santana, apontado como operador financeiro, aparece em imagens com grandes quantias de dinheiro que embasaram a investigação contra o governador do Tocantins | Foto: Reprodução

Selfies com grandes volumes de dinheiro em espécie, juntamente com a apreensão de valores no gabinete do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), tornaram-se elementos centrais em uma investigação sobre suposto esquema de desvio de recursos públicos. A operação, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (3), resultou no afastamento cautelar do governador por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), válido por ao menos 180 dias.

As imagens, que circulam no inquérito da Operação Fames-19, mostram maços e pilhas de dinheiro em carros, pastas e mesas, e teriam sido tiradas por Marcus Vinícius Santana, apontado como operador financeiro de Barbosa. Durante a operação, R$ 32 mil em espécie foram encontrados no Palácio do Araguaia, sede do governo estadual.

As investigações indicam que os recursos desviados estavam originalmente destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia de COVID-19. Além do governador, a primeira-dama, Karynne Sotero Campos, também foi afastada, assim como outras pessoas próximas, incluindo o ex-marido da primeira-dama e dez deputados estaduais.

O afastamento de Barbosa foi confirmado por unanimidade pela Corte Especial do STJ, que ressaltou a gravidade das evidências apresentadas. O caso agora avança para aprofundamento das investigações, enquanto o Tocantins enfrenta a expectativa de respostas sobre a gestão de recursos públicos durante um período crítico da pandemia.

Entenda o caso

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), foi afastado do cargo recentemente por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão, assinada pelo ministro Mauro Campbell, atende a pedido da Polícia Federal (PF) no âmbito da 2ª fase da Operação Fames-19, que investiga suspeitas de desvios de recursos destinados ao combate à pandemia de Covid-19.

As investigações apontaram irregularidades em contratos para fornecimento de cestas básicas e frangos congelados, firmados com recursos oriundos de emendas parlamentares. Segundo a PF, os acordos chegaram a R$ 97 milhões, com prejuízo estimado superior a R$ 73 milhões aos cofres públicos.

A suspeita é de que parte do dinheiro público tenha sido usada em empreendimentos privados, compra de gado e até despesas pessoais. Com o afastamento de 180 dias, o vice-governador Laurez Moreira (PSD) assume interinamente a chefia do Executivo estadual. O processo segue em sigilo no STJ, mas a repercussão já provoca impacto político imediato no Tocantins.


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