Sonegação de impostos rende cadeia

Equipes do Ministério Público, com auxílio da Polícia Militar e agentes da Secretaria da Fazenda, deflagraram ontem a Operação Placebo Fiscal, que se destina a investigar um esquema de sonegação de impostos liderado por empresas de venda de medicamentos para Goiás e São Paulo. Foram cumpridos 10 mandados de condução coercitiva e 15 mandados de busca e apreensão em Goiás e São Paulo, além de quatro mandados de prisão temporária.

Os mandados foram cumpridos em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, Buriti Alegre, Itumbiara, Goianira e nas cidades paulistas de Cravinhos e São Joaquim da Barra e os presos foram trazidos para Goiânia, após prestarem depoimento, eles foram levados para a Casa de Prisão Provisória.

Segundo informações prestadas pelos promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate à Corrupção (Gaeco) em audiência coletiva, a atuação de empresas do ramo de medicamentos despertou a atenção das autoridades quando surgiram suspeitas de que empresas de fachada ou em nome de laranjas eram usadas para vender medicamentos e sonegar impostos. As operações ocorriam principalmente no interior de São Paulo, onde há o instituto da substituição tributária, que prevê a tributação na origem ou na fabricação dos produtos.

Os investigadores descobriram que os medicamentos eram vendidos em grande escala para redes de drogarias que operam principalmente no varejo e as cargas eram todas destinadas para cidades do interior paulista. Há, inclusive, indícios de que eram comercializadas cargas roubadas de medicamentos, produto de roubos em Goiás.

Os empresários Paulo Henrique Silva Roquetti e Giovana Roquetti, casados, foram presos em casa, no condomínio fechado Jardins Verona. Em Itumbiara, foi presa umas pessoa identificada somente como Cairo e outro foi preso em Franca. Outros presos e conduzidos coercitivamente também foram trazidos para Goiânia. Eles responderão por crime tributário, organização criminosa e receptação de carga roubada.