Política

“Sou candidato ao Senado e nada mais”

Redação DM

Publicado em 15 de março de 2018 às 01:38 | Atualizado há 7 anos

O ex-senador Demóstenes Torres (PTB) afirmou que pretende disputar apenas mandato ao Senado da República, descartando a possibilidade de en­frentar as urnas como concorrente a deputado federal, vice ou gover­nador. Ele participou do programa Roda de Entrevista, da TBC, atração que tem como apresentador o jor­nalista Enzo de Lisita e participação de Fabiana Pulcineli e Alexandre Parrode. “Sou candidato somen­te ao Senado, porque foi de lá que eu fui escurraçado, especialmente pelo governo anterior. E eu quero, sem sombra de dúvidas, retomar a minha história. Quero continuar meu trabalho. Tenho um serviço prestado e quero retomá-lo”, falou.

Sobre o período que ficou afas­tado da política, Demóstenes se defendeu das acusações. “Eu ga­nhei tudo no Supremo, ganhei tudo na Justiça Federal, ganhei tudo na Justiça Estadual. Meu pro­cesso acabou. Fui inocentado. Se eu não retomar a minha carrei­ra política, vou ficar frustrado. Se eu não tentar essa volta, não serei um homem feliz”, diz o ex-senador.

Sobre as acusações que o defe­nestraram do Congresso Nacional em 2012, Demóstenes disse que se sente “plenamente injustiçado” por­que ao final de dez anos de investi­gação por parte de Receita, Ministé­rio Público, Interpol e Justiça e que, ao final deste processo, restou provado que não havia nada contra ele. “Fui escorraçado e quero voltar à vida pú­blica para continuar a minha história”.

CAIADO

Sobre o senador Ronaldo Caiado (DEM), Demóstenes disse que con­sidera encerrada sua contenda com o ex-aliado. “Ele deu um passo de rompimento”, disse o ex-senador ao declarar apoio ao vice-governador José Eliton. “É melhor mudar dentro do grupo do que mudar para pior”.

Ainda sobre o senador do DEM, Demóstenes declarou que ele não é o melhor candidato para ser governa­dor de Goiás. “Ele ameaçou me pro­cessar, mas como não processou eu entendo que este papo já deu o que tinha que dar. Eu entendo que mu­dar é bom, mas não mudar para pior”.

AUXÍLIO-MORADIA

Procurador do Ministério Públi­co em Goiás, Demóstenes criticou o pagamento de auxílio-moradia para membros do Judiciário, o que gerou polêmica nos últimos meses e até provocou anúncio de paralisa­ção por parte de juízes. “[Os pendu­ricalhos] são absurdos. Auxílio-mo­radia não recebo. Não faz parte do meu projeto receber qualquer es­pécie de auxílio”, afirmou.

Ele defendeu o auxílio-livro, di­zendo que pode até ser dispensável, mas não imoral, como os outros. O ato foi regulamentado pelo procura­dor-Geral de Justiça Benedito Torres Neto, irmão de Demóstenes.

O ex-senador teve o seu manda­to cassado em julho de 2012 após a divulgação ilegal de gravações que sugeriam o seu envolvimento com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Torres de­monstrou estar seguro de sua ino­cência e admitiu ter errado ao esta­belecer conversações que o faziam parecer desonesto. “Peço perdão pelo meu erro, mas nunca cometi nenhum crime”. Em outro momen­to da entrevista o ex-senador refor­çou: “Fui absolvido. Não me envolvi com processos de corrupção e pro­vei que não me envolvi”.

Demóstenes apresentou uma pe­rícia do Ministério Público que ates­ta não haver nada ilícito em suas mo­vimentações financeiras ou em sua vida empresarial. O petebista ressal­tou ainda o fato de ter sido absolvido sucessivamentepelaJustiçabrasileira, em diferentes processos, por mais de dezanos.“Sóasinterceptaçõesdeum processoforamanuladas. Euenfrentei mais de dez, da Receita, da Polícia Fe­deral, deváriasinstânciasdaJustiça, da InterpoledoMinistérioPúblico. Nada foiencontrado”, afirmouDemóstenes.

Ao longo da entrevista, Torres de­monstrou ter um objetivo claro: re­tornar ao Senado Federal. A medi­da seria uma forma do ex-senador dar a volta por cima. Retornar à vida pública e continuar uma história de contribuições para o Brasil. “Tenho grande serviço prestado e tenho muito mais coisas a fazer pelo País”. Senador por dez anos, Torres parti­cipou da produção de 189 leis, den­tre elas a Lei da Ficha Limpa.

Sobre a política goiana, o ex-se­nador considerou encerrada a sua contenda com o senador Ronaldo Caiado (DEM), candidato ao gover­no do estado de Goiás. Nesse con­texto, embora o ex-senador reco­nheça o natural desgaste por que passam os governos, ponderou que o estado não pode ser conduzido a uma aventura. “Mudar é sempre bom. Mas mudar para pior é a me­lhor solução?”, inquiriu o ex-senador.

JOSÉ ELITON

A partir do questionamento apre­sentado, Torres pontuou as qualida­des do vice-governador José Eliton, considerado por ele como sendo uma pessoa de personalidade e de reconhecido brilhantismo. “Eu tive o prazer de indicá-lo em 2010 para ser vice. Não me arrependo disso e que­ro que ele tenha o melhor futuro, in­clusive como governador do Estado!”.

Reconhecido em sua trajetória como um parlamentar que enfren­tou embates difíceis, Torres fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). “O Supremo está contamina­do. Tem muito ministro do STF que não respeita a Constituição”. O pro­curador goiano também criticou o pagamento de auxílio-moradia para membros do Judiciário brasileiro.

Ao final da entrevista, Torres refor­çou seus objetivos em mensagem de encerramento: quer retornar à vida pública, ao Senado Federal, seguro. das contribuições que tem a fazer pelo Brasil, para chegar ao fim “com a consciência em paz”.



Peço perdão pelo meu erro, mas nunca cometi nenhum crime. Fui absolvido. Não me envolvi com processos de corrupção e provei”


Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias